Baixa vacinação em pessoas com comorbidades pode aumentar número de casos graves da Covid-19, alerta médica
Situação também preocupa Prefeitura de Salvador, que vem cadastrando automaticamente pacientes assistidos pelo município
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O fato de pacientes com comorbidades terem maior potencial de desenvolver casos mais graves da Covid-19 é o principal motivo para a médica Márcia Sampaio acender o sinal de alerta para o baixo número de imunizados deste público, em Salvador.
Endocrinologista do Ambulatório de Diabetes do Hospital Santo Antônio - vinculado às Obras Sociais Irmã Dulce -, no Largo de Roma, ela diz considerar "baixa" a procura de pacientes para solicitar ao médico o cadastramento da lista de comorbidades, no site da Prefeitura de Salvador (acesse aqui).
"No ambulatório, há poucos pacientes me pedindo [o cadastro]. Sem dúvida, é preocupante a pessoa com comorbidade não tomar a vacina porque há o risco de evolução da doença neste público", explica Márcia.
A situação relatada pela médica tem representação em número. Isso porque, até esta segunda-feira (10), a Secretaria de Saúde Salvador (SMS) informou que apenas 41.170 pessoas do total de 152,8 mil com comorbidades já se vacinaram.
Desconhecimento do quadro de saúde
Ainda não é possível definir o motivo pelo qual esse público tão ameaçado pela Covid deixe de se vacinar contra o coronavírus em Salvador.
Segundo a prefeitura, a explicação pode ser um "desconhecimento de alguns indivíduos tanto em relação ao direito de acesso à vacina quanto ao seu quadro clínico de saúde".
Além disso, a burocracia de ter que ir ao médico para incluir o nome na lista de comorbidades contempladas na vacinação também pode ser um empecilho.
Cadastro automático
Diante disso, o município alterou a forma de cadastro das pessoas com comorbidades. Pacientes com hipertensão que retiram medicamentos na rede pública e diabéticos que fazem tratamento ou retiram remédios pelo Sistema Único de Saúde (SUS) já foram cadastrados automaticamente para a vacinação contra a Covid.
O cadastramento automático, segundo a SMS, também abrangeu os pacientes com doença falciforme que fazem tratamento pelo SUS em Salvador.
