Pandemia já provocou fechamento de 30 escolas privadas em Salvador

Colégios pequenos e médios, focados no ensino infantil, foram os mais afetados

Por Francisco Artur
06/05/2021 às 17h17
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Foto: Reprodução/Diário do Nordeste
Foto: Reprodução/Diário do Nordeste

Como consequência dos mais de 12 meses sem a permissão para realizar aulas presenciais nas escolas por causa da pandemia do coronavírus, cerca de 30 instituições privadas fecharam as portas na capital baiana, segundo informações do Sindicato dos Estabelecimento de Ensino da Bahia (Sinepe). 

Porta-voz da entidade que representa escolas particulares no estado, Jorge Tadeu explica que as unidades de ensino de pequeno e médio porte, focadas no ensino infantil, lideram a lista das mais atingidas pelo cancelamento de matrículas no período de pandemia.

"Muitas funcionavam como pré-escolas, e essa foi a parte da educação que mais sofreu com a pandemia, pois muitos alunos cancelaram a matrícula ou ficaram inadimplentes", conta Jorge.

Ele acrescenta que o fato de alguns colégios, no início da pandemia, oferecerem descontos na mensalidade pode ter contribuído para o recrudescimento da situação negativa no caixa. "Aí se encaixam, principalmente, as escolas que já estavam no vermelho, antes da pandemia, como o Instituto Social da Bahia (Isba)".

Após 56 anos de atividade o ISBA fechou as portas em 2021

Apesar de ser classificado como colégio de grande porte, o Isba já vinha passando por dificuldades financeiras até decidir por fechar as portas em outubro do ano passado. "Para o Isba, a pandemia foi um estopim", sintetiza Jorge. 

O cenário de perdas de matrículas nas escolas particulares de Salvador também ocorre nos centros de ensino de todo o país. De acordo com o relatório da empresa de consultoria Rabbit, as escolas particulares do Brasil perderam 30% de matrículas, durante o período de pandemia. 

Assim como o diagnóstico do Sinepe, o documento da Rabbit também mostra que as escolas mais afetadas foram aquelas de pequeno e médio porte, com até 180 alunos, que compõem a maior fatia do mercado, chegando a perder de 38% a 41% de suas matrículas, respectivamente.

Alento

Embora lamente o contexto de falência de instituições de ensino, o representante do Sinepe se mostra otimista com o retorno das aulas presenciais. "É um alento, no mínimo. Será muito importante este retorno, para evitar o cancelamentos de matrículas e, assim, novos registros de fechamento de escolas", defende. 

Em Salvador, está permitida a volta à realização das aulas presenciais desde a última segunda-feira (3), mediante protocolos definidos pela Prefeitura da capital, como escalonamento de turmas e de recreio, uso de máscaras e fácil acesso a lavabos e álcool em gel.