Covid-19 pode afetar saúde mental e cerebral, alerta neurocientista

Nicolas Cesar é a personalidade entrevistada no podcast do Muita Informação

Por Jones Araújo
05/03/2021 às 08h20
  • Compartilhe
Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

Um estudo realizado pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo aponta que o vírus da Covid-19 pode ser capaz de infectar células que ajudam os neurônios a se manterem vivos. Entre os sintomas estão: confusão mental, ansiedade, depressão e outros. Conforme a pesquisa, 80% dos participantes recuperados pela doença indicaram alguma desordem cognitiva, incluindo os pacientes assintomáticos ou que tiveram sintomas leve. 

De acordo com o neurocientista Nicolas Cesar, o resultado da pesquisa da USP preocupa e chama atenção dos médicos. Ele afirma que os sintomas mais comuns citados na apuração está o de perda da memória de curto prazo, problemas de percepção visual e conforme o especialista, até teve gente reclamando que não estava mais conseguindo cozinhar. Nicolas é a personalidade entrevistada no podcast do Portal M!.  

"A importância do diagnóstico precoce é o de possibilitar uma intervenção mais rápido. Conforme a gente deixa de tratar uma condição ele pode se agravar, pode piorar o sintoma e se tornar algo mais sério no futuro. Nosso cérebro tem uma capacidade de restaurar a sua função diante a uma lesão que aconteceu. Quanto mais cedo a gente percebe isso, menores são os estragos e mais fácil é de melhorar", explica. 

Nicolas Cesar é neurocientista e o entrevistado do Portal M! sobre efeitos da Covid no cérebro

A possibilidade de reverter os traumas, como foi citada pelo especialista trata-se da neuroplasticidade, conhecida também como plasticidade cerebral, que é a capacidade fundamental do cérebro de se reorganizar. O neurocientista também alerta que esta capacidade é limitada e que também não se pode esquecer dos traumas psicológicos. 

"Por ser uma situação bastante estressante [contrair a doença] a pessoa pode ficar traumatizada, gerar algum tipo de ansiedade nela que vai repercutir muito mais tempo... Quando ameaça nossa existência e sobrevivência isso pode gerar traumas sim".  

Escute a entrevista na íntegra no podcast abaixo: