Foliões mais jovens também sentem falta do Carnaval e acreditam que festa será ainda melhor em 2022

Amigas Júlia Farias e Ana Clara curtem atrás do trio, na pipoca e em camarote

Por Yuri Abreu
14/02/2021 às 10h45
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Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Se os mais velhos, que curtiram o Carnaval de Salvador em outro formato, tem diversas lembranças na memória, os mais novos, que já pegaram o atual estilo consolidado, com o surgimento dos camarotes, não ficam pra trás.

Desde pequenos, incentivados pelos pais, eles aprenderam o que é aproveitar a folia soteropolitana, tendo como "batismo" os bloquinhos infantis e as festas no Centro Histórico. Dali em diante, para saírem sozinhos, ao lado dos amigos, não tardou muito, ampliando as próprias impressões a respeito da maior festa de rua do mundo.

É o caso de Júlia Farias (mais à direita na foto) que sempre que pode sai em grupo para curtir o Carnaval. "Eu amo ir pra rua, pra pipoca, pra bloco, pra camarote, ou seja, pra tudo. O que tiver, eu estou indo com meus amigos", disse Júlia que é sócia em uma lojinha virtual (instagram @faz.decontas) que vende acessórios como gargantilhas, tornelezeleiras e pulseiras.

No caso de Júlia, o primeiro contato com o Carnaval aconteceu logo aos 4 anos, em 2004, quando os próprios pais a levaram para um bloquinho de rua. "Desde então eu amei o Carnaval. A partir disso, todo ano eu curtia o Carnaval, mesmo que em casa, no Pelourinho, em festinhas menores com a família e amigos. Todo ano eles faziam minha festa, e sempre tinha muito confete, muita espuma e serpentina lá em casa, do jeito que eu amava", conta.

Júllia Farias é foliã desde os 4 anos

Para a jovem, que é estudante de Medicina, o contato com a parte mais grandiosa da festa - camarotes e outros blocos - ocorreu a partir de 2010. De lá pra cá, segundo ela, não tem um ano que ela perca o Carnaval. O que ela diz mais gostar da festa? A energia das ruas.

"Para mim, é nítida a felicidade de todos que estão nas ruas nos dias de Carnaval, a alegria de estar ali depois de um ano inteiro esperando por essa semana, a vontade de aproveitar ao máximo os dias de festa. Amo essa energia. Também amo a possibilidade de me fantasiar, usar muito glitter, roupas coloridas, vibrantes e diferentes. As ruas ficam lindas com tanta cor, glitter, alegria. Com certeza é minha festa preferida", afirma.

Em 2021, com o cancelamento do evento por conta da pandemia da Covid-19, o sentimento sem dúvida foi de tristeza. Porém, ela entende que a decisão precisou ser tomada pelo de fato de o país estar em um momento difícil e a festa, assim, não poderia ser prioridade. "No máximo vou encontrar alguns amigos para matar a saudade, mas sem a temática do Carnaval", relata Júlia.

Mas, para 2022, diante do tamanho desejo e expectativa de todos os foliões, a jovem acredita que será uma festa de muita alegria, com as pessoas querendo aproveitar em dobro o Carnaval de Salvador.

"Imagino que teremos muitas mudanças de hábitos e de comportamentos, principalmente nos espaços fechados, como os camarotes. Já nas ruas acho que vai ser mais difícil mudar alguns hábitos. Mas acho que vai ser um Carnaval com muita alegria. As pessoas vão querer aproveitar em dobro, vão estar cheias de saudade da festa e vão aproveitar ao máximo cada momento. Com certeza vai ter muita alegria e energia acumulada nas ruas em 2022", comentou Júlia Farias.

Compensação

Em 2020, a estudante de Engenharia Civil, Ana Clara Correia, de 20 anos, não pode curtir o Carnaval de Salvador pelo fato de ter viajado, o que acabou gerando uma certa decepção neste ano, com o cancelamento da festa. Porém, ela, assim como a colega Júlia, entendeu que estamos passando por um momento complicado, em virtude da pandemia de covid-19.

Porém, nada que traga desânimo para a jovem que, desde 2012, quando esteve pela primeira vez na festa, ao lado dos pais em um camarote, tomou gosto pela folia baiana. Para Ana Clara, o melhor do Carnaval é o fato de todo mundo estar pulando junto, compartilhando da sensação de alegria.

Ana Clara (no canto superior direito da foto) adora a aglomeração e alegria das ruas

"Muita gente diz que não gosta de Carnaval porque é muito apertado, mas isso é uma das coisas que eu mais gosto, todo mundo pulando junto, cantando junto, cheia de glitter e todo mundo fantasiado, eu amo!", diz

Entre as várias lembranças que tem na memória, uma delas é especial. Sair no trio do cantor Guga Meyra, amigo de colégio. "Não consigo pensar em só uma história de carnaval, mas com certeza um dos melhores momentos dos últimos anos foi sair no trio do meu amigo de colégio Guga Meyra, com meus amigos que conheço desde pequena", relembra Ana.

Para 2022, segundo ela, a ansiedade é muito grande. "Já estou pensando nas fantasias, blocos e camarotes que pretendo ir. Vou todos os dias pra compensar que não teve carnaval esse ano!", comemora a estudante.