Comitê do Nordeste afirma que 'efeito bumerangue' nos estados ainda não está descartado

Grupo alerta que a hipótese persiste, mesmo com a redução de casos e mortes por Covid-19 em toda a região

Por Redação
19/09/2020 às 14h15
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Foto: Divulgação
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O Comitê Científico de Combate ao Coronavírus do Nordeste afirmou que, mesmo com a redução de casos e mortes por Covid-19 em todos os estados da região, o risco do chamado "efeito bumerangue" ainda não está descartado. A informação foi divulgada no boletim disponibilizado nesta sexta-feira (18).

Com base em dados recentes, o Comitê constatou que a pandemia atingiu o pico em todos os estados do Nordeste. Embora seja um dado favorável por apontar decréscimo de contaminação pelo coronavírus, o grupo afirma que há o perigo de a população considerar que o risco epidêmico está sob controle e retomar atividades que podem gerar aglomerações.

"A redução do número de contaminados e, principalmente, de óbitos provavelmente é consequência do que a classe médica e hospitais aprenderam com o avanço da pandemia em termos de medidas preventivas, tratamentos hospitalares e disponibilidade de leitos em UTIs", avaliam os membros do Comitê.

O grupo alerta que, em função da possibilidade de uma segunda onda de infecções, as autoridades devem ter muita responsabilidade no afrouxamento de medidas de isolamento, além de insistir na obrigatoriedade do uso de máscaras e na estratégia de evitar quaisquer situações de aglomerações.\

 

Retorno às aulas

De acordo com o Comitê, o retorno seguro das crianças às aulas presenciais é um enorme desafio para gestores escolares, profissionais de saúde e governantes, que devem utilizar as melhores evidências científicas para definir e formatar estratégias e ações de adequação do ambiente escolar para torná-lo o mais seguro possível.

"Não se trata apenas de tornar o ambiente escolar seguro do ponto de vista da infecção pelo novo coronavírus, mas também em outros aspectos, como segurança alimentar, física e emocional de todo o corpo social da escola, estudantes, professores e funcionários", disse o cientista e ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, que, juntamente com o neurocientista Miguel Nicolelis, coordena o Comitê Científico de Combate ao Coronavírus do Nordeste.

Conforme o grupo, embora as evidências indiquem que as crianças respondem por apenas 2% dos casos no Brasil e no mundo, a questão da reabertura das escolas para aulas presenciais é mais complexa. "Há muitas evidências de que a opção de abrir escolas deve ser acompanhada de medidas de mitigação e prevenção da doença", destaca o boletim.

 

* Com informações do G1.