O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, assegurou, nesta segunda-feira (19), que nunca recebeu pressão do presidente Lula (PT) para agir de uma determinada forma. O petista é um dos críticos mais frequentes dos altos juros, e Galípolo é cotado como o potencial sucessor de Roberto Campos Neto na presidência da instituição em 2025.
A partir do próximo ano, a composição do colegiado será, pela primeira vez neste mandato, majoritariamente formada por integrantes indicados por Lula. Galípolo abordou o assunto durante um evento em Belo Horizonte, respondendo a uma pergunta de um participante sobre a possibilidade de interferência política no comitê, expressando preocupação com o “voluntarismo do presidente”.
“Não, o que eu posso fazer é dar um testemunho no sentido contrário. Eu jamais me senti pressionado a fazer qualquer tipo de atitude, a partir da minha indicação no Banco Central”, assegurou.
Segundo Galípolo, Lula tem adotado uma postura “absolutamente republicana”, argumentando que o petista tem se manifestado publicamente sobre os juros.
“O presidente fala o que ele pensa publicamente. Acho que isso tem sido claro nas últimas entrevistas dele. Eu jamais me senti pressionado pelo presidente a fazer qualquer tipo de atitude”, afirmou o diretor do BC.
Autonomia do Banco Central
Na ocasião, Galípolo também observou que, sempre que se renovam a liberdade e a autonomia do Banco Central, isso permite uma atuação mais técnica. O BC conquistou autonomia operacional há dois anos e, atualmente, tramita uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para assegurar autonomia operacional e financeira à instituição. Toda a diretoria do BC já manifestou apoio à PEC 65, mas o governo não tem pressa para sua votação.
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