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Crianças e adolescentes de férias: e agora, como ocupar os filhos no Verão longe das telas?

"Há muita vida atraente e divertida fora. Tenho certeza que eles também sabem disso", disse a psicoterapeuta Faezeh Santos ao podcast do Portal M!

As férias de Verão chegaram e, com isso, uma preocupação de muitos pais, mães e responsáveis: o que fazer com tanto tempo sobrando das crianças e adolescentes? Muitas vezes sem opção diante da falta de tempo dos pais, os mais jovens acabam recorrendo com ainda mais intensidade e frequência a um hábito já rotineir: o uso de telas.

Celulares, tablets, televisões, computadores… esses aparelhos acabam preenchendo o tempo dos estudantes em férias, trazendo malefícios para a saúde e retirando a oportunidade do lazer ao ar livre e até mesmo da socialização presencial.

Diante desse desafio, o podcast do Portal M! recebeu a educadora parental, psicoterapeuta infantojuvenil e idealizadora do programa Arvorar Jovem, Faezeh Santos. Além de falar sobre os mecanismos que resultam no uso abusivo de telas e os seus riscos, a especialista também deu dicas para reduzir o contato com eletrônicos no período de recesso escolar.

Segundo ela, algumas atitudes devem ser tomadas ao longo de todo o ano, não apenas nas férias, pois algumas práticas, ao serem adotadas na rotina de crianças e adolescentes, acabam sendo mantidas mesmo nos momentos de tempo livre. Contudo, voltando a atenção para o período de Verão, a especialista apontou a necessidade de pais e filhos realizarem ‘combinados’.

“Eu digo combinados porque quanto mais a gente vai caminhando da infância para a adolescência e para a juventude, a gente pode e deve incluir os nossos filhos na tomada de decisão de algumas coisas. Não podem ser imposições, precisa haver conversas. Para eles entenderem a preocupação e o bem que vai fazer para eles terem esse cuidado”, detalhou.

Faezeh Santos listou, dentre as questões que precisam ser colocadas em prática, a delimitação de horários para a realização de algumas ações, como a atividade ao ar livre, o jogo em família, a leitura, e outros entretenimentos que não sejam digitais.

De acordo com a profissional, o Verão traz possibilidades e, diante disso, os pais e responsáveis devem pensar em formas de se incluírem nessas ações, bem como de incluir os amigos dos filhos.

“Pode ser um passeio de bicicleta, uma caminhada, um piquenique, uma ida à praia… a gente mora numa cidade maravilhosa [Salvador], onde a gente também tem essas possibilidades de interação, não só sociais, mas também com a natureza”, explicou.

Sobre os momentos de atividades internas, dentro de casa, a educadora parental destacou a necessidade de se pensar em atividades criativas: desenho, pintura, modelagem, teatro, canto, leitura, dentre outros. Tudo isso, de acordo com ela, vai depender dos gostos e dos hábitos da criança, portanto, os pais precisam se manter atentos às suas afinidades ou incentivar a descoberta de novos interesses.

“Cada um vai ter um estilo próprio. Um pode gostar mais de ler, e a gente deve identificar e incentivar, oferecendo uma variedade de livros que são apropriados para cada faixa etária”, orienta.

Falta de tempo dos pais

Compreendendo que muitos pais e responsáveis não estão de férias no mesmo período dos filhos, Faezeh Santos explicou que, mesmo se tratando de uma dificuldade, é preciso reservar um tempo para a realização das atividades em família.

“Às vezes, tem jogos que são muito rápidos, mas tem esse prazer em família. Pode ser através de jogos de tabuleiro, pode ser uma noite no cinema… buscar experiências compartilhadas em família. Aí vem nosso lugar nisso também, o exemplo. Se a gente consegue demonstrar um equilíbrio saudável do uso da tecnologia, as crianças e os adolescentes também têm mais chance de seguir esse modelo. Agora, se a gente mesmo está o tempo todo conectado, a gente não tem nem moral para pedir uma atitude diferente. Senão, vira uma coisa só que a gente está dizendo, dizendo e não está fazendo, e isso não dá credibilidade”, completou.

Arvorar Jovem

Coidealizadora do Arvorar Jovem, programa que há oito anos promove o desenvolvimento integral de adolescentes, Faezeh Santos destacou o trabalho feito pela instituição, que, dentre as suas missões, tem o vivenciamento fora das telas, desenvolvendo habilidades socioemocionais fundamentais, que só podem ser apuradas no presencial, no “olho no olho”.

“Principalmente nessa etapa da vida que é a adolescência, que é um período de muitas mudanças, muitas transformações, muitas possibilidades e desafios próprios dessa fase. É bom poder ter um grupo de amigos. A ideia é ser um espaço de convivência, onde se desenvolve um grupo de amigos acompanhados por um educador do Arvorar. A gente tem uma escuta ativa e acolhedora para esse desenvolvimento deles”, explica.

Faezeh Santos acrescenta que é um espaço de convivência, reflexão e ação, onde eles podem conhecer novas pessoas, fazer amizades, desenvolver habilidades como a empatia, a escuta, o respeito, além  de poder se conhecer mais nesse período de tantas mudanças. “O que eu gosto, o que eu não gosto, quais são minhas fortalezas, quais meus desafios, no que eu posso melhorar, refletir sobre esse mundo”, acrescentou.

A especialista destaca que as redes sociais já causam uma explosão de informações curtas em um pequeno espaço de tempo e que o contato com isso, para indivíduos ainda em formação, pode ser ainda mais nocivo.

Faezeh Santos explicou que, muitas vezes, os jovens se sentem sozinhos, principalmente no período de férias, quando estão distantes dos amigos que encontram rotineiramente na escola. Esse isolamento acaba influenciando também no excesso do uso de telas, pois elas se tornam um refúgio e uma forma de conexão com o mundo e com as pessoas.

Mesmo com essa demanda, a especialista elencou algumas dicas para reduzir o tempo de uso desses aparelhos. Uma delas é aproveitar os espaços da cidade, principalmente se tratando de  como Salvador, que possibilita a realização de atividades ao ar livre durante todo o ano. “Ir para a praia, para um parque, fazer um esporte, brincar, descobrir, pensar quais são os hobbies, quais são os interesses”, recomenda.

Outra dica da psicoterapeuta é a conexão com a família e os amigos, possibilitando vivenciar momentos juntos, presenciais e únicos. “Cada momento traz possibilidades de interação que podem não estar se repetindo em outras circunstâncias”, observa.

Também é indicado, segundo Faezeh, o desenvolvimento da criatividade: “Brincar, criar histórias, imaginar mundos, explorar expressão artística. A criatividade é uma habilidade valiosa em todas as etapas da vida. Inclusive, é uma habilidade que a gente fala que é muito própria da criança e do adolescente, e que nós, como adultos, muitas vezes, precisamos resgatar essa habilidade”.

Confira o podcast na íntegra:

 
 

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