Salvador é capital mais violenta para LGBTQIAPN+ no Brasil; saiba o que fazer caso se torne vítima
De acordo com GGB, São Paulo, Bahia e Mato Grosso lideram ranking dos estados com mais casos contra comunidade; veja números
O Brasil lidera os índices de violência contra pessoas LGBTQIAPN+ no mundo, segundo dados do Grupo Gay da Bahia (GGB). Em 2024, foram registradas 291 mortes violentas dessa população — um aumento de 13,2% em relação ao ano anterior. Esse número, alarmante por si só, é apenas a ponta de um iceberg de preconceito, discriminação e intolerância que permeia a sociedade brasileira.
De acordo com GGB, São Paulo, Bahia e Mato Grosso lideram o ranking dos estados com mais casos violentos contra a comunidade LGBTQIAPN+. Além disso, Salvador é a capital mais violenta.
Bahia em 2º lugar no ranking e Salvador no topo entre capitais
Segundo levantamento do GGB, que é feito há 45 anos, a Bahia ocupa o segundo lugar no ranking dos estados mais violentos para a comunidade LGBTQIAPN+ no Brasil, sendo responsável por 10,65% dos casos registrados nacionalmente. O mais recente aponta que 31 crimes letais contra pessoas LGBTQIAPN+ foram registrados no estado, que só perde para São Paulo, com 53 casos. Além disso, Salvador, capital baiana, desponta como a cidade mais perigosa para essa população.
O levantamento aponta os estados com os maiores números de casos de violência letal contra pessoas LGBTQIAPN+. Veja o ranking completo:
- São Paulo: 53 casos
- Bahia: 31 casos
- Mato Grosso: 24 casos
- Minas Gerais: 22 casos
- Pará: 16 casos
- Pernambuco: 15 casos
- Rio de Janeiro: 15 casos
- Alagoas: 13 casos
- Ceará: 11 casos
- Maranhão e Paraná: dez casos cada
Outros estados, como Amazonas (oito), Goiás (oito) e Espírito Santo (sete), também registraram números significativos.
Salvador: capital mais perigosa para comunidade LGBTQIAPN+
No recorte por cidades, Salvador lidera como a capital mais violenta para pessoas LGBTQIAPN+, com 14 casos registrados. Em seguida, aparecem São Paulo (SP), com 13 casos, e Belo Horizonte (MG), com sete. Confira o ranking das capitais:
- Salvador (BA): 14 casos
- São Paulo (SP): 13 casos
- Belo Horizonte (MG): sete casos
- Maceió (AL): sete casos
- Fortaleza (CE): seis casos
- Manaus (AM): seis casos
- Rio de Janeiro (RJ): seis casos
Regiões, meios utilizados nos crimes e vítimas
As regiões Nordeste e Sudeste lideram em número de mortes, com 99 casos cada. Em relação ao tipo de arma usada nos crimes, os dados são igualmente preocupantes:
- Arma branca: 65 casos
- Arma de fogo: 63 casos
- Espancamento: 32 casos
Entre as vítimas registradas em todo o Brasil, a maioria era composta por gays, travestis e mulheres transgêneros. Confira os números detalhados:
- Gays: 165
- Travestis e mulheres transgêneros: 96
- Lésbicas: 11
- Bissexuais: sete
- Homens trans: seis
- Outras seis pessoas identificadas como heterossexuais foram incluídas no levantamento, pois foram confundidas com integrantes da comunidade ou atacadas por defender vítimas.
Especialistas apontam racismo e machismo para alto índice
Embora os números sejam fundamentais para dimensionar o problema, especialistas apontam para a importância de uma abordagem mais ampla para lidar com a violência. “Matamos três ou quatro vezes mais LGBTs no Brasil do que nos Estados Unidos, que tem 130 milhões de habitantes a mais que o Brasil”, destaca Luiz Mott, antropólogo, historiador e fundador do GGB, ao Portal M!.
Ele relaciona o índice elevado às raízes históricas do racismo e do machismo no país. “Para que 10% mandassem em 90% durante o Brasil colonial, era necessário ser ultra-violento. Qualquer homem efeminado, travesti, era visto como uma ameaça à hegemonia do macho branco”.
Cuidados e prevenção: como minimizar riscos
Com o aumento da violência, é essencial que a comunidade LGBTQIAPN+ esteja informada sobre medidas de prevenção e saiba como agir caso seja vítima. Para reduzir os riscos, é importante evitar circular sozinho em locais isolados ou pouco movimentados, especialmente durante a noite. Conhecer os índices de violência na região onde se vive também é fundamental. Dados de 2024 mostram que São Paulo foi o Estado mais perigoso para a comunidade LGBTQIAPN+, com 53 mortes registradas, seguido pela Bahia, com 31 casos, e Mato Grosso, com 24.
Nas cidades, Salvador lidera como a capital mais violenta, com 14 mortes, enquanto São Paulo contabilizou 13 e Belo Horizonte, sete. Além disso, ter contatos de emergência sempre à mão e informar amigos ou familiares sobre sua localização pode ajudar em situações de risco. Ao utilizar aplicativos de relacionamento, priorize encontros em locais públicos e compartilhe informações do encontro com alguém de confiança.
O que fazer em caso de violência
Se você for vítima de violência, é essencial buscar ajuda imediatamente. Caso esteja ferido, procure atendimento em um hospital ou unidade de saúde mais próxima. Denunciar o ocorrido é fundamental, seja através do 190 ou diretamente em uma delegacia especializada, como a Delegacia de Crimes de Intolerância ou de Atendimento à Diversidade, se houver na sua cidade.
Ao registrar a ocorrência, detalhe ao máximo o incidente, incluindo descrição dos agressores, local e hora do crime, além de possíveis testemunhas. Também é recomendável buscar apoio jurídico e psicológico em organizações como o GGB ou centros de referência LGBTQIAPN+.
Segundo Luiz Mott, é importante garantir que as leis sejam aplicadas com rigor. “Se o gay foi insultado, tem que haver inquérito, e o responsável precisa ser punido”, disse ao Portal M!.
Educação e ação como soluções de longo prazo
Para enfrentar essa realidade, é necessário investir em educação e em mudanças estruturais. “A solução passa por oferecer educação sexual em todos os níveis escolares, ensinando que a orientação sexual e a identidade de gênero são direitos do cidadão”, argumentou Mott.
Ele também destaca a importância de aplicar rigorosamente as leis existentes e de promover o orgulho LGBTQIAPN+. “Que a comunidade saia do armário, que se assuma e tenha orgulho de quem é”, ressaltou ao Portal M!.
Apesar de avanços como o casamento igualitário e a criminalização da homofobia e da transfobia, a violência contra a comunidade LGBTQIAPN+ continua sendo um reflexo de uma sociedade que precisa urgentemente enfrentar suas desigualdades. Os dados do GGB são um lembrete brutal de que ainda há muito a ser feito.
Essa porra muda vidas.
— Tati Quebra Barraco🏚 (@TatiQBOficial) January 25, 2025
Essa porra é a minha vida.
Eu amo o funk, como amo um sertanejo, axé, pagodão bahiano e tantos outro…
O mundo não gira em torno do seu mundinho, é preciso aprender a respeitar outras culturas. https://t.co/meM4ReIOrv
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