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Professores da UFRB vão decidir se aderem à greve de universidades federais em 9 de maio, diz presidente da APUR

Ao Portal M!, Arlen Beltrão explicou que a categoria docente e os servidores públicos federais estão em negociação com o governo desde o ano passado

O presidente da Associação dos Professores Universitários do Recôncavo (APUR), Arlen Beltrão, afirmou nesta segunda-feira (22), que os professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) decidirão pela adesão ou não à greve de universidades e institutos federais em 9 de maio, durante a realização de uma Assembleia Geral. Ao Portal M!, Beltrão explicou que a categoria docente e os servidores públicos federais estão em campanha salarial e negociação com o governo desde o ano passado.

“O governo deixou para apresentar uma proposta só no final do ano e uma proposta muito aquém daquilo que eram nossas reivindicações, além de um ponto gravíssimo que era o congelamento salarial em 2024. A gente estava reivindicando 38% e o governo apresentou apenas 9%. A gente apresentou uma contraproposta reduzindo a nossa pedida para as perdas inflacionárias do período de 2016 à data atual e neste sentido, a nossa contraproposta foi de 22%, mas o governo por outras três oportunidades, insistiu com a proposta de congelar os salários em 2024 e apresentar 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026. Diante desse impasse, os profissionais da educação foram levados a entrar em greve para tentar destravar a negociação”, disse. 

Segundo o professor, o movimento obteve êxito, já que na última sexta-feira (19), o governo federal apresentou uma nova proposta. Desta vez, foram oferecidos 9% de reajuste em janeiro de 2025 e mais 3,5% em maio de 2026, totalizando 12,5%. Nesta proposta também não há previsão de aumento para 2024.

“A categoria ainda não avaliou, o Comando Nacional de Greve encaminhou a orientação para que todas as sessões sindicais debatam essa nova proposta do governo, e reencaminhem uma posição, informando se a gente vai aceitar ou se nós vamos rejeitar essa nova proposta do governo. Mas, de modo geral, como pode se ver, ainda está muito distante da pedida dos trabalhadores. E a gente não está solicitando aumento salarial, mas sim, a recomposição daquilo que a inflação corroeu nos últimos anos”, defendeu. 

Arlen Beltrão é presidente da APUR | Foto: Leonardo Gonçalves/Ascom APUR

Principais demandas

Além da recomposição salarial, professores e servidores das instituições também reivindicam a equiparação dos benefícios, como auxílio-saúde, auxílio-alimentação e auxílio-creche. “Equiparação com os valores que são recebidos pelos demais servidores do Judiciário e do Legislativo Federal. Nós temos uma pauta que é muito importante, que é a recomposição e ampliação do orçamento das universidades federais, a solicitação de revogação de todas as medidas que foram implementadas, dos dois últimos governos, que foram medidas que retiraram ou que bloqueiam o direito dos trabalhadores e também a reestruturação da carreira”, detalhou Arlen. 

Uma proposta apresentada pelo governo federal, em aceno aos grevistas, decidiu contemplar aposentados e pensionistas no reajuste desses benefícios. O texto que o governo colocou na mesa reajusta já a partir de maio deste ano: o auxílio alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil; a assistência à saúde complementar per capita média (auxílio saúde) de R$ 144 para R$ 215; e a assistência pré-escolar (auxílio creche) de R$ 321 para R$ 484,90.

“É uma pauta, como foi falada a nossa reivindicação, é que se tenha uma equiparação com os demais servidores porque não faz sentido servidores federais receberem valores relativos à alimentação, saúde e creche diferentes, já que eles têm as mesmas necessidades e deveriam ter os mesmos direitos. Não atende completamente a nossa reivindicação, mas é preciso reconhecer que há um avanço. A proposta do governo também, apresentada na última sexta, vai no mesmo sentido, é um avanço importante e é resultado da greve em curso, mas ainda não atende as nossas reivindicações. Esperamos que a próxima mesa de negociação, de fato, possa concluir com o atendimento das nossas indicações e a categoria possa firmar um acordo com o governo federal, afirmou Beltrão.

O presidente da APUR também defendeu que o governo federal apresente uma proposta com reajuste salarial já em 2024. “Apesar do novo arcabouço fiscal e do orçamento já ter sido votado, o governo conseguiu uma suplementação de R$ 15 bilhões, e esse valor vai ser realocado. Com isso, seria possível utilizar parte desse valor para atender a justa reivindicação dos servidores públicos federais”, destacou.

Reuniões sindicais

Ao longo desta semana, a APUR estará realizando reuniões sindicais em todos os campi da UFRB. O objetivo, segundo Beltrão, é debater a greve docente.

“Dialogar com a categoria sobre a campanha salarial, sobre o orçamento da UFRB, diga-se de passagem, insuficiente e deficitário. A gente tem um orçamento menor do que o do ano passado, que já não cumpria com todas as obrigações e necessidades da UFRB. E além disso, discutir a proposta do governo e a greve docente em curso. A ideia é ouvir a categoria, explicar a proposta do governo e também dar um panorama da greve, que ela já inicia forte e vem crescendo, para que no dia 9 a gente realize uma boa assembleia, para definir se a categoria adere à greve ou não”, ressaltou. 

Nesta segunda (22), o sindicato realizou reunião no Centro de Ciências Agrárias Ambientais e Biológicas (CCAAB) e no Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CETEC), em Cruz das Almas. Já nesta terça-feira (23), a reunião ocorrerá no Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS), em Feira de Santana. Por fim, na quarta (24), as reuniões serão realizadas no Centro de Ciências da Saúde (CCS), em Santo Antônio de Jesus; no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), em Cachoeira; no Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT), em Santo Amaro; e no Centro de Formação de Professores (CFP), em Amargosa.

 

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