O preço do etanol hidratado apresentou variações distintas em diferentes regiões do Brasil durante a semana de 30 de março a 5 de abril, conforme dados divulgados, na manhã desta segunda-feira (7), pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e compilados pelo AE-Taxas. No total, o valor médio do litro do combustível caiu em 12 Estados e no Distrito Federal, subiu em seis unidades da federação e permaneceu estável em outras oito.

Apesar da média nacional apresentar queda de 0,93%, com o litro sendo comercializado a R$ 4,28, a Bahia se destacou como o Estado com a maior alta semanal no preço do etanol, registrando 1,08% de aumento, o que elevou o valor médio do litro para R$ 4,70.

Goiás lidera queda nos preços e São Paulo mantém recuo modesto

Por outro lado, Goiás foi o Estado com maior retração percentual no período analisado, com redução de 5,45%, levando o preço médio a R$ 4,16. Já São Paulo, maior produtor e consumidor de etanol do Brasil, além de concentrar o maior número de postos pesquisados, teve uma diminuição mais tímida, de 0,24%, com o litro vendido a R$ 4,16.

Esses dados refletem uma tendência pontual de ajuste regional nos valores do biocombustível, influenciados por fatores como logística, safra da cana-de-açúcar, demanda local e política tributária estadual.

Diferença de preços no Brasil varia até R$ 3 entre postos

O levantamento da ANP também revelou grande disparidade de preços nos postos do país. O menor valor registrado foi de R$ 3,46 o litro, em São Paulo, enquanto o maior chegou a R$ 6,49, em Pernambuco. O menor preço médio estadualficou com o Mato Grosso, onde o etanol foi vendido a R$ 3,95, enquanto o Amazonas registrou o maior preço médio, de R$ 5,48 por litro.

Etanol continua competitivo em seis Estados brasileiros

Além das variações de preços, o levantamento também apontou os Estados onde o etanol foi mais competitivo em relação à gasolina, tomando como base a paridade média nacional de 67,83%. Considera-se que o etanol passa a ser economicamente vantajoso quando a relação entre os preços dos dois combustíveis fica abaixo de 70%, embora especialistas ressaltem que, dependendo do modelo de veículo, o biocombustível pode oferecer vantagens mesmo com paridade superior.

Onde etanol vale mais à pena que gasolina:

• Mato Grosso – 63,71%
• Mato Grosso do Sul – 66,78%
• Goiás – 66,88%
• Paraná – 67,92%
• São Paulo – 67,31%
• Minas Gerais – 69,76%

O cenário demonstra que a competitividade do etanol ainda é significativa em alguns mercados estratégicos, sobretudo nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, que concentram a maior parte da produção nacional de cana-de-açúcar.

Expectativas para o mercado de biocombustíveis

Com a proximidade do pico da safra da cana e variações nos preços da gasolina, analistas esperam novas oscilações nos valores do etanol nas próximas semanas. A depender do ritmo da colheita e da produção, é possível que o biocombustível volte a ganhar força em mais regiões do país.

A alta na Bahia chama atenção de revendedores e consumidores, e pode estar relacionada a fatores locais como custo de transporte, impostos estaduais ou mesmo logística de distribuição. Ainda assim, o cenário nacional indica uma leve tendência de queda, que poderá se consolidar com a intensificação da oferta nas próximas semanas.