Interior da Bahia enfrenta crise educacional: censo 2022 expõe atraso escolar e baixa escolaridade
Relatório do Censo 2022 revela dificuldades no acesso ao ensino superior em municípios baianos

Os dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), traçam um retrato preocupante sobre a educação no interior da Bahia. Apesar de avanços pontuais na escolarização de crianças pequenas, as cidades do interior enfrentam desafios persistentes, como o atraso escolar em diversas faixas etárias, o baixo índice de conclusão do ensino médio e a reduzida participação no ensino superior.
Avanços na Educação Infantil e no Ensino Fundamental
Nos últimos 20 anos, os municípios do interior da Bahia registraram crescimento na frequência escolar em algumas faixas etárias, especialmente entre crianças de até 5 anos.
- Crianças de até 3 anos: a frequência escolar aumentou de 6,4% em 2000 para 23,5% em 2022.
- Faixa de 4 a 5 anos: a taxa de escolarização avançou de 52,7% para 84,9% no mesmo período.
- Grupo de 6 a 14 anos: manteve-se elevado, com 97,3% das crianças frequentando a escola.
Apesar dos avanços no ensino básico, a defasagem escolar ainda é uma realidade para milhares de estudantes do interior. Muitas crianças e adolescentes cursam séries abaixo do esperado para sua idade, prejudicando a continuidade da trajetória educacional.
Atraso escolar e abandono de estudos
O atraso escolar é um dos principais problemas enfrentados pelos municípios do interior baiano, especialmente nas etapas finais da educação básica.
- Crianças de 6 a 14 anos: 12,3% estão fora da série adequada à sua idade.
- Adolescentes de 15 a 17 anos: 39,8% ainda não ingressaram no ensino médio, um dos maiores percentuais do país.
- Jovens de 18 a 24 anos: 68,1% não frequentam o ensino superior.
O abandono escolar também é uma preocupação. Muitos jovens deixam de frequentar a escola devido a fatores socioeconômicos, como a necessidade de trabalhar e a falta de acesso a instituições de ensino próximas.
Baixa escolaridade entre adultos no interior da Bahia
A baixa escolaridade entre a população adulta no interior da Bahia evidencia um ciclo de desigualdades educacionais que persiste ao longo das gerações.
- 51,7% da população com 25 anos ou mais não têm instrução ou possuem, no máximo, o ensino fundamental incompleto.
- Apenas 7,6% dos adultos no interior concluíram o ensino superior, menos da metade da média nacional de 19,2%.
Essa defasagem educacional limita as oportunidades de inserção no mercado de trabalho e o acesso a melhores condições socioeconômicas para os moradores do interior baiano.
Desigualdades de gênero e raça no interior
Os dados do IBGE revelam profundas desigualdades educacionais relacionadas a gênero e raça nos municípios do interior:
- Mulheres têm níveis de escolarização ligeiramente superiores aos homens: 8,9% delas possuem ensino superior completo, contra 6,3% dos homens.
- Apenas 6,2% das pessoas pretas ou pardas no interior têm diploma de graduação, enquanto entre as pessoas brancas, o percentual sobe para 12,8%.
Essas disparidades refletem as desigualdades estruturais que afetam as populações mais vulneráveis e reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas para a equidade educacional.
Municípios com melhores e piores índices de escolarização
O Censo 2022 também destaca diferenças significativas nos índices de escolarização entre os municípios do interior da Bahia.
- Melhores índices: Municípios como Vitória da Conquista, Feira de Santana e Juazeiro apresentam taxas de escolarização acima da média estadual, especialmente no ensino médio e superior.
- Piores índices: Cidades de pequeno porte, em especial na região do semiárido, registram os maiores índices de atraso escolar e abandono dos estudos.
Desafios e perspectivas para educação no interior da Bahia
Os desafios para melhorar a educação no interior da Bahia incluem a necessidade de ampliar a oferta de escolas de ensino médio e superior, garantir o acesso a programas de assistência estudantil e investir em políticas públicas que combatam o abandono escolar.
Para enfrentar essas dificuldades, especialistas apontam que é essencial fortalecer programas de transporte escolar, expandir escolas em áreas rurais e promover a qualificação de professores.
O cenário educacional no interior da Bahia evidencia a urgência de ações integradas que garantam a permanência e o sucesso escolar, reduzindo as desigualdades regionais e oferecendo oportunidades para toda a população.
Mais detalhes sobre os dados do Censo 2022 podem ser consultados no portal oficial do IBGE: censo2022.ibge.gov.br.
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