A disputa legal entre a atriz Blake Lively e o ator e diretor Justin Baldoni ganhou um novo capítulo. Isso porque ela entrou, nesta sexta-feira (21), com um pedido formal para que a Justiça arquive o processo de difamação movido por Baldoni. Em sua defesa, Lively fundamenta o pedido em uma mudança na legislação da Califórnia, que protege denunciantes de abuso sexual contra retaliações legais por parte dos acusados.

Legislação da Califórnia e defesa de Lively

Desde 2023, a legislação da Califórnia passou a dificultar a possibilidade de que acusados de assédio ou agressão sexual utilizem processos de difamação como represália contra denunciantes. Embora Baldoni tenha movido sua ação judicial em Nova York, a defesa de Lively argumenta que o caso deveria ser tratado pelas autoridades californianas, visto que tem relação direta com a produção do longa-metragem É assim que acaba, filme estrelado pelos dois.

A defesa ressaltou que o filme teve suas gravações realizadas no estado da Califórnia e, por isso, cabe à Justiça californiana julgar o caso, considerando que os crimes de abuso e assédio sexual dos quais Baldoni é acusado ocorreram nesse estado. Os advogados de Lively pediram ao tribunal que rejeite a ação com base na emenda que protege vítimas de abuso de processos judiciais retaliatórios.

De acordo com a revista The Hollywood Reporter, a equipe jurídica da atriz também busca uma ordem judicial para que Baldoni cubra os custos legais de Lively e pague uma indenização equivalente ao triplo dos danos alegados.

Envolvimento de Ryan Reynolds no caso

O pedido de arquivamento ocorre após Ryan Reynolds, marido de Lively, solicitar a remoção de seu nome da ação judicial movida por Baldoni. Nos documentos, a atriz reforça que, durante as filmagens de É assim que acaba, trabalhou como funcionária contratada da Wayfarer Studios, produtora de Baldoni, sediada na Califórnia.

Justin Baldoni chegou a fazer acusações de difamação contra Reynolds, alegando que ele e a esposa teriam orquestrado uma campanha contra o diretor. Em resposta a Baldoni, o astro de Deadpool e Wolverine chamou, por meio de seus representantes, o diretor de “predador”.

Acusações de difamação e retaliações

A tensão entre Lively e Baldoni se intensificou após o lançamento do filme baseado no best-seller de Colleen Hoover, que leva o mesmo nome da obra. Inicialmente, especulava-se um distanciamento entre os dois durante a campanha de divulgação. Poucos meses depois, a atriz formalizou uma queixa contra Baldoni, alegando assédio no set de filmagem e afirmando que o diretor contratou uma empresa de relações públicas para espalhar boatos sobre ela nas redes sociais.

Baldoni negou todas as acusações e contra-atacou com um processo de 400 milhões de dólares contra Lively e Reynolds, acusando-os de difamação, extorsão e invasão de privacidade. Ele também afirmou que o casal “sequestrou” a produção do filme, interferindo no roteiro e na direção criativa.

Disputa judicial vira documentário

A batalha legal entre os atores inspirou a produção de um documentário intitulado He Said, She Said: Blake Lively vs. Justin Baldoni. Com duração de 90 minutos, a produção será exibida no Channel 5, nos Estados Unidos, na próxima segunda-feira (24), e uma versão reduzida, de 60 minutos, será lançada na plataforma Max em 31 de março.

O documentário promete analisar minuciosamente as ações legais movidas por ambos os lados, além da repercussão do caso nas redes sociais. Entre os pontos abordados está a acusação de que Baldoni exibiu a Lively vídeos de mulheres nuas, discutiu com ela sobre um vício passado em pornografia e insistiu repetidamente em questões sobre seu peso e a morte de seu pai.