Lula propõe pacto federativo para enfrentar avanço do crime organizado
Em reunião com governadores, presidente destaca necessidade de integração dos poderes no combate ao crime
Em uma reunião com governadores nesta quinta-feira (31), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o combate ao crime organizado exige “um pacto federativo” que envolva todos os poderes, direta ou indiretamente, e afirmou que o problema se torna “incontrolável” sem essa integração. A reunião abordou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança Pública, elaborada pelo Ministério da Justiça, com o objetivo de fortalecer o combate ao crime.
Durante o encontro, Lula alertou para o crescente poder do crime organizado no Brasil, mencionando o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC), que, segundo ele, operam em quase todos os estados e exercem influência política. “Logo, logo, o crime organizado vai estar prestando concurso, indicando juiz, procurador, político”, afirmou o presidente.
Na presença dos ministros da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, da Casa Civil, Rui Costa, e do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, Lula reiterou a necessidade de discutir “quantas reuniões forem necessárias” para estabelecer uma solução definitiva contra a expansão do crime organizado. Ele ressaltou que o problema afeta estados onde, até 20 anos atrás, não havia esse tipo de atividade criminosa, mencionando que é fundamental incluir no debate o papel das guardas municipais.
Lula também trouxe à tona uma queixa recorrente entre governadores sobre a atuação da polícia e do sistema judiciário: “Muitas vezes a polícia prende o bandido, e no outro dia ele tá solto, e escolhe inclusive a cadeia onde ele quer ficar”, criticou o presidente.
A proposta da PEC da Segurança visa estabelecer um Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) no Brasil, inspirado no SUS da área de saúde. A ideia é criar uma estrutura nacional para a segurança pública que facilite a integração de dados, a padronização de diretrizes e a atuação conjunta entre as polícias estaduais e a Polícia Federal, atualmente sob responsabilidade dos estados.
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