Venezuela acusa Lula de ter sido cooptado pela CIA após prisão: ‘Não é o mesmo’
Presidente brasileiro exigiu divulgação das atas eleitorais e alegou falta de transparência no processo
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusou os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e do Chile, Gabriel Boric, de serem “agentes da CIA”, o serviço de inteligência dos Estados Unidos. As declarações ocorreram durante entrevista à televisão estatal venezuelana, onde Saab afirmou que Lula foi “cooptado” durante seu período na prisão. Segundo ele, a esquerda latino-americana estaria sendo influenciada pelos Estados Unidos.
“Quem é o porta-voz que eles colocam dizendo as coisas mais bárbaras contra nosso país através dessa chamada ‘esquerda’? O senhor Boric, que agora está acompanhado por Lula. Para mim, Lula foi cooptado na prisão. Essa é a minha teoria. (…) Parte dessa chamada esquerda cooptada pela CIA e pelos Estados Unidos na América Latina agora tem dois porta-vozes, Lula, que não é o mesmo que saiu da prisão, por tudo que acusou agora, não é o mesmo em nada: nem em seu físico, nem em como ele se expressa”, disse Saab.
Vale pontuar que não há evidências que liguem Lula ou Boric à agência de inteligência americana. As críticas do procurador-geral venezuelano ocorrem em um contexto de divergências entre Lula e o governo de Nicolás Maduro, especialmente sobre a eleição venezuelana de julho de 2024. O petista exigiu a divulgação das atas eleitorais para reconhecer a vitória de Maduro, alegando falta de transparência no processo.
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano, alinhado ao regime chavista, impediu a publicação das atas. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou Maduro vencedor do pleito, mas a decisão foi contestada por observadores internacionais e pela oposição, que reivindica a vitória de Edmundo González. O Tribunal Supremo da Venezuela validou o resultado, porém, a oposição e a comunidade internacional questionam a independência do TSJ e do CNE em relação ao governo Maduro.
A oposição, liderada por María Corina Machado e Edmundo González, divulgou as atas de cerca de 80% das urnas em um site, o que resultou em investigações e mandados de prisão contra González. Ele se refugiou na Espanha em setembro de 2024, após um mês de perseguições políticas pós-eleição, mas prometeu retornar à Venezuela como “presidente eleito” em janeiro de 2025.
O Centro Carter, uma ONG especializada em monitorar democracias, observou as eleições venezuelanas e apresentou as atas eleitorais à Organização dos Estados Americanos (OEA), confirmando a vitória de González. A ONU também havia emitido um relatório indicando segurança nas atas divulgadas pela oposição. Observadores internacionais foram forçados a deixar a Venezuela após as eleições devido às tensões políticas.
Tarek Saab utilizou como argumento a validação do resultado eleitoral no Brasil pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmando que Lula só se elegeu devido à atuação da Justiça. Ele comparou a situação ao pleito na Venezuela, mas observadores internacionais confirmaram a transparência das eleições brasileiras, ao contrário do que foi visto no país sul-americano.
A situação política da Venezuela continua tensa, com investigações e perseguições contra figuras da oposição, enquanto o governo Maduro mantém o controle dos principais órgãos institucionais. O embate entre oposição e governo gera repercussão internacional, especialmente em relação à transparência eleitoral no país.
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