Sem mencionar nomes, Papa orienta voto de católicos nos EUA no ‘mal menor’

Sem mencionar nomes, o papa Francisco criticou, nesta sexta-feira (13), a atual vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, e o ex-presidente Donald Trump por suas políticas “antivida”. Ele ainda orientou os católicos norte-americanos a escolherem quem acham ser o “mal menor” nas próximas eleições presidenciais do país. O republicano é contra a migração e a democrata a favor do aborto. 

“Ambos são contra a vida, seja o que expulsa os migrantes ou o que [apoia] matar bebês. Deve-se votar e escolher o mal menor. Quem é o mal menor, a mulher ou o homem? Eu não sei. Cada um, em sua consciência, deve pensar e fazer isso”, disse Francisco em coletiva de imprensa durante voo de volta a Roma, após viagem de 12 dias a quatro países (Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor Leste e Singapura).

Não é a primeira vez que o papa se pronuncia sobre a eleição presidencial nos EUA. Antes das eleições de 2016, ele foi questionado sobre o plano do então candidato Trump de construir um muro na fronteira entre os EUA e o México e declarou que impedir a entrada de migrantes “não é cristão”. Como fez na sua última campanha quando eleito, o ex-presidente promete deportações em massa. 

“Havia tantos sapatos dos migrantes que terminaram mal ali”, disse Francisco na coletiva na sexta após lembrar da missa que celebrou na fronteira entre os dois países e ressaltar que a migração é um direito descrito nas Escrituras e qualquer um que não siga o chamado bíblico para acolher o imigrante está cometendo um “pecado grave”.

Sobre o aborto, o papa disse que “a ciência diz que no primeiro mês após a concepção, todos os órgãos de um ser humano já estão lá, todos eles”. Kamala Harris defende a legalização do aborto e a restauração de uma permissão federal à interrupção da gravidez.

“Fazer um aborto é matar um ser humano. Quer goste ou não da palavra, isso é matar. Temos que ver isso claramente”, lamentou o pontífice, que disse não ser americano e, por isso, não vai votar, mas lembrou do dever cívico dos americanos de exercer o direito ao voto.

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