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Combate ao Alzheimer deve começar pelo intestino e incluir atividade física regular

Dia D de alerta sobre a doença é nesta quinta-feira (21)

O Dia D de alerta e combate ao Alzheimer é nesta quinta-feira, 21 de setembro, mas a doença demencial pode ser evitada no dia a dia para que  ao menos parte dos 100 mil novos casos diagnosticados a cada ano possa ser evitads. De acordo com o Ministério da Saúde, a enfermidade atinge cerca de 1,2 milhão de brasileiros. 

“Melhorando a alimentação, reduzindo consumo de proteínas, produtos industrializados e aumentando a ingestão de vegetais, as pessoas já reduzem os efeitos da desregulação no organismo”, alerta o neurologista e médico do estilo de vida, Italo Almeida. 

Pesquisa recente realizada por cientistas do LSU Health New Orleans Neuroscience Center comprova relação entre molécula produzida pela microbiota intestinal com a Doença de Alzheimer. O estudo descreve o caminho de uma potente toxina pró-inflamatória que começa no intestino e termina no cérebro, ligada ao desenvolvimento da condição.

Os estudos reforçaram as evidências de que a composição do microbioma do trato gastrointestinal pode afetar significativamente a homeostase fisiológica normal e contribuir para a patogênese de enfermidades que variam de diversos tipos de doença inflamatória intestinal a câncer e distúrbios neurodegenerativos, como o Alzheimer.

“Os pesquisadores concluem que uma melhor compreensão da interação entre o eixo trato gastrointestinal-Sistema Nervoso Central tem potencial considerável para levar a novas estratégias diagnósticas e terapêuticas no manejo clínico do Alzheimer e de muitas outras doenças. O que eles comprovaram cientificamente, testemunhamos diariamente com os resultados dos pacientes acompanhados pela clínica”, afirma o diretor da NeuroIntegrada.

A revolução intestinal: microbiota

A flora intestinal inclui uma variedade de microrganismos, predominantemente bactérias, que colonizam o intestino a partir do nascimento. A importância da microbiota para a saúde humana foi subestimada durante décadas, apesar dos grandes avanços em microbiologia.

“As bactérias residentes no intestino humano possuem papel fundamental na modulação do sistema imune e na comunicação entre o sistema nervoso entérico e o sistema nervoso central, conjunto conhecido como eixo cérebro-intestino”, pontua Italo Almeida.

A influência da microbiota intestinal em comorbidades como Alzhemer, obesidade e outras patologias norteia o trabalho interdisciplinar que é feito na NeuroIntegrada, com uma equipe formada por médicos, nutricionistas e psicólogos, que dão suporte aos pacientes na mudança de estilo alimentar e de vida.

As principais bactérias associadas aos efeitos prejudiciais nesses pacientes têm como fonte energética a proteína animal e a gordura. Os avanços da produção cientifica sobre a microbiologia intestinal só reforçam a relação entre saúde e alimentação. As doenças desenvolvidas dizem muito sobre o que se come.

Comer menos e melhor

Quem quer ter mais saúde deve aprender a comer menos, a levantar da mesa sem estar completamente saciado. “O recomendável é comer menor quantidades e com menos misturas”, recomenda Almeida. O especialista emenda com outra orientação: optar por produtos mais naturais.

“Quanto mais vegetais, melhor. Redução de laticínios, carne vermelha e glúten. Em alguns casos, exclusão destes três principais alimentos inflamatórios”, defende o médico lembrando que ter níveis adequados de vitamina D e de vitamina B12 é muito importante para prevenção de demências.

As doenças demenciais possuem prevalência dobrada a cada cinco anos a partir dos 65 anos de idade. Quem quer fugir da estatística e evitar riscos de Alzheimer e outras doenças deve também movimentar mais o corpo.

“A atividade física regular, especialmente a aeróbica, produz substâncias que contribuem para a desinflamação do organismo. Em todas as situações de saúde, movimento é um excelente remédio”, conclui Italo Almeida. 

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