Rio Grande do Sul vive situação dramática: número de mortos chega a 56

Temporais e enchentes configuram o maior desastre natural do estado, superando quantidade de vítimas após ciclone, em setembro

Por Estadão Conteúdo
04/05/2024 às 11h40
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Foto: Diego Vara/Agência Brasil
Foto: Diego Vara/Agência Brasil

Chega a 56 o número de mortos pelas enchentes que castigam o Rio Grande do Sul nesta semana, superando o total de vítimas (54) de outra tragédia na região, registrada em setembro passado, após a passagem de um ciclone extratropical acompanhado de chuvas. Segundo o balanço da Defesa Civil na manhã deste sábado (4), há ainda 67 desaparecidos neste que é o pior desastre climático do estado.

No total, 281 dos 497 municípios gaúchos são afetados pelos temporais. No estado, há diversas áreas inundadas, o que dificulta os resgates, mesmo de aeronaves. Roca Sales, na região do Vale do Taquari, foi uma das cidades mais destruídas pelos dois desastres climáticos. O prefeito Amilton Fontana foi às redes sociais relatar o caos e pedir ajuda para o socorro de 15 moradores soterrados. "A gente não consegue ir a lugar nenhum. Temos de ir de barco", afirmou.

Há registros de blecautes e dificuldades de abastecimento de água. Em Porto Alegre, o Rio Guaíba bateu nível recorde, alagou ruas do centro histórico e a rodoviária, além de obrigar diversos moradores a saírem de casa. Ao menos 54 mil domicílios sofrem com blecaute neste sábado e 66 bairros correm o risco de ficar sem de água. O Aeroporto Salgado Filho suspendeu operações.

Em São Leopoldo, na região metropolitana da capital gaúcha, houve corrida aos supermercados e produtos sumiram das prateleiras por medo de desabastecimento. Mesmo nas cidades que não foram tão afetadas pelas enchentes, há receio de dificuldades de entrega por causa dos bloqueios nas estradas.

A posição geográfica do Rio Grande do Sul, entre as áreas tropicais e as polares, favorece a ocorrência de eventos climáticos extremos, mas eles têm se tornado mais intensos e frequentes com a piora do aquecimento global. Em todo o Brasil, os efeitos da crise climática serão sentidos com cada vez mais força nos próximos anos, alertam especialistas.


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