Presidente da Assocafé diz que condições climáticas afetam produção do grão na Bahia

Atualmente, alguns municípios do Semiárido sofrem com a falta de irrigação do solo, gerando impactos na produção do café

Por Larissa Nunes e Osvaldo Lyra
14/04/2024 às 18h25
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Foto: Divulgação
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No Dia Mundial do Café comemorado neste domingo (14), o presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), João Lopes Araújo, falou sobre a produção do grão na Bahia, que nos últimos tempos não tem passado por uma boa temporada devido as condições climáticas no estado.

"Não evoluímos para melhor, nós tivemos no auge da produção de café em áreas territoriais da Bahia, cerca de 102 municípios produziram café, destes, atualmente 46 não tem mais nenhum pé de café. Dos remanescentes, tem muitos que possui alguma produção de café, porém, produzindo muito menos com a área reduzida, porque muitos produtores sairam das atividades. Nós temos realmente tido dificuldades para o crescimento da cafeicultura", destacou o presidente em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra.

Segundo dados da Produção Agrícola Municipal de 2022, revelados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Bahia, a produção cafeeira chega a movimentar R$2,4 milhões na economia, o que representa 5,7% do valor total gerado no estado pela agricultura de lavouras temporárias e permanentes.

"O que está acontecendo é que no Semiárido, foi a base da cafeicultura no estado há 200 anos. O café quando chegou nos municípios de Brejões, Maragojipe, Chapada Diamantina e Conquista, sempre nessas áreas, o índice pluviométrico diminuiu em algumas cidades, em outras, não houve essa diminuição, mas piorou a distribuição, e ficou difícil produzir café sem irrigação. A Bahia só está bem na cultura do café porque na região Sul, por ser uma área melhor possui os índices pluviométricos e irrigação. Já chegamos ter 5 milhões de sacas, hoje nós estamos reduzindo a 3,5 milhões", afirmou João Lopes.

O presidente da Assocafé ressaltou que, para alavancar a rentabilidade na cafeicultura no estado, é necessário um apoio do Governo do Estado para apoiar cidades que sofrem com a falta da irrigação.

"Melhorar sem ter condições de solucionar as condições climáticas fica muito difícil. No Semiárido onde concentra os municípios não tem chuva regular, não tem água no subsolo e nem rio com volume de água que pudéssemos utilizarmos. Temos essa limitação para o crescimento robusto da cafeicultura no estado. Precisamos que a renda do café permita que o Oeste volte a crescer, e o Governo do Estado precisa apoiar esses municípios onde teve a redução de área plantada."