Vixe! Geraldo não dialoga com aliados e fica fora da montagem dos partidos. Bruno é pressionado e vai ouvir aliados. O xeque-mate de Moema em Lauro e a briga dos Moraes 

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Por Osvaldo Lyra e equipe
27/03/2024 às 10h55
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Foto: Arte/Haron Ribeiro
Foto: Arte/Haron Ribeiro

Após pressão, prefeito ouvirá aliados 

A Coluna Vixe! da última semana trouxe à tona a informação de que os aliados do prefeito Bruno Reis (União Brasil) estão apreensivos com a falta de diálogo para a organização dos partidos que acomodarão os vereadores com e sem mandato, que disputarão a próxima eleição em Salvador. A promessa, pelo menos que se comenta na própria base, é que o prefeito fará "uma escuta" com os aliados na próxima semana, véspera do prazo legal para as mudanças previstas na janela partidária. 

Bruno Reis

A falta de diálogo de Geraldo 

No entanto, do lado do candidato do governo, Geraldo Júnior, o clima é de mais desespero ainda. O problema é que a mudança na regra eleitoral prevê a diminuição no número de candidaturas e isso deve impactar diretamente nas estratégias utilizadas pelos grupos políticos e respectivos partidos. Até agora, nenhuma reunião foi convocada pelo vice-governador e pré-candidato do MDB para falar sobre a montagem das siglas. 

Geraldo Júnior

Aliados estão abandonados 

A acomodação dos políticos, com e sem mandato, está a cargo das próprias siglas e da federação, formada pelo PT, PCdoB e PV. O clima entre muitos apoiadores do governo é de total abandono. "Estamos órfãos", como disse ontem um vereador de Salvador. A expectativa ainda é que o "Conselho Político" seja convocado para chancelar as mudanças e começar a preparar a estratégia da próxima campanha eleitoral. 

Conselho político

Pesquisa quali para definir vice 

E por falar no vice-governador Geraldo Júnior, comenta-se na base governista que o nome do seu vice devera ser conhecido até o próximo dia 7. Nessa semana, houve a especulação de que estariam "tentando trazer" um nome de fora do grupo para fazer dobradinha com GJ na eleição. No entanto, a informação ontem era de que o cenário continuava favorável à confirmação do vereador Sílvio Humberto como companheiro de chapa de Geraldinho. Uma pesquisa Quali já está sendo feita para respaldar a definição do nome. 

Vice-governador Geraldo Júnior

Jerônimo deve sentar com Silvio 

Caso o nome do vereador Silvio Humberto, do PSB, seja confirmado para ocupar a vice de Geraldo, a expectativa é que haja uma conversa entre ele e o governador Jerônimo Rodrigues, para que os ponteiros sejam acertados sobre futuro do socialista. Como a Coluna Vixe! antecipou no último dia 13, a estratégia do governo passa pela promessa de Sílvio ser alçado a uma posição de destaque na gestão estadual, após encerrar seu mandato de vereador, para ganhar visibilidade e tentar um mandato de deputado estadual em 2026.

Jerônimo Rodrigues

Sílvio estanca a sangria da esquerda 

Nome forte do Movimento Negro e fundador do Instituto Stive Biko, o auditor fiscal é apontado como o parceiro "ideal" para a chapa emedebista. Além das qualificações e do valor que agrega na majoritaria, Sílvio Humberto serve para "estancar" a sangria do eleitorado da esquerda, que se mantém resistente a apoiar Geraldinho. O temor, inclusive de muitos petistas, é que a ala mais radical do petismo debande da candidatura do governo para marchar com o candidato do PSOL.

Sílvio Humberto

Veteranos tentam o bypass em Isabela  

Uma informação chegou à Coluna Vixe! mostrando ontem que três políticos da Bahia armaram para tentar desbancar a presidente estadual do Cidadania, Isabela Souza. Os veteranos fizeram uma verdadeira peregrinação junto ao comando nacional da sigla, em Brasília, na última semana, na tentativa de viabilizar o golpe. Tentaram de todas as formas concretizar a operação, que naufragou com a decisão da cúpula de manter a atual dirigente a frente do Cidadania, que forma uma Federação com o PSDB. Além de tentar viabilizar o próprio mandato em Salvador na próxima eleição, ela está atuando pra fortalecer o partido na Bahia. 

Isabela Souza

Briga passa dos limites 

Está passando dos limites do bom senso a briga entre o ex-deputado Marcell Moraes e sua irmã, a vereadora licenciada e secretária municipal Marcelle Moraes. Na última segunda-feira, eles dividiram o mesmo palco na inauguração do primeiro Hospital Municipal Veterinário de Salvador, construído no bairro de Canabrava. Marcelle, que comanda a Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal, conseguiu na Justiça uma medida protetiva que obrigava Marcell a manter-se afastado dela por 100 metros.

Marcell Moraes e Marcelle

Medida protetiva suspensa

Marcelle, no entanto, teria pedido à Justiça para abrandar a decisão e permitir que o irmão participasse do evento. Muitas pessoas presenciaram o clima de total desconforto do prefeito Bruno Reis, que permitiu a participação de Marcell e ficou no meio da saia justa criada pelo protetor dos animais. Sabemos que a vida pessoal e a relação de Marcell e Marcelle não dizem respeito ao grande público, mas falta respeito nas ações e aparições públicas.

Marcelle

Críticas de Marcell pioraram o clima 

Marcell não alivia nas críticas à irmã, piorando o clima entre eles. O ex-deputado, inclusive, apoia sua ex-esposa, Carol dos Animais, e quer tentar elegê-la vereadora na próxima eleição. O risco disso será ambos perderem espaço na política soteropolitana, já que Marcell e Marcelle dialogam com a mesma base eleitoral. Eles tentam, inclusive, assumir a autoria do Hospital Veterinário, que teve um investimento de R$14 milhões da Prefeitura, e funcionará de forma ininterrupta, com mais de 70 leitos para acolher cães e gatos. 

Bruno no fogo cruzado 

Ontem, inclusive, o prefeito Bruno Reis afirmou que a presença de Marcell foi possível porque a irmã "abriu mão" da liminar. "Parece que Marcelle comunicou à Justiça, abrindo mão, hoje, da medida protetiva que ela tinha alcançado um ano atrás. E o evento pôde ocorrer com a máxima normalidade e tranquilidade", disse o prefeito.   

Bruno Reis ao lados dos irmãos Marcell e Marcelle

O xeque-mate de Moema

A decisão da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, de escolher seu secretário de Desenvolvimento Urbano, Antônio Rosalvo, como seu candidato a prefeito, está sendo considerava um verdadeiro "xeque-mate", que pode definir a eleição no município. Quem conhece de perto a política da cidade diz que o pré-candidato do PT tem um perfil moderado, conhecido pela capacidade de diálogo, que se relaciona com todos os atores da política local. Há quem diga, inclusive, que possa haver uma migração de opositores para sua base.

 

Moema e Rosalvo

A escolha da vice 

Até a escolha da vice, Naide Brito, foi estratégica. Ligadissima à Moema, ela dialoga bem com o eleitorado. Com essa movimentação, o que se percebe é que o tempo passou e Moema conseguiu fechar a chapa do jeito que queria. Além de Rosalvo e sua vice, a prefeita definiu outra pessoa de confiança, Inglid Leila como candidata a vereadora. A expectativa é que ela saia do comando do município e mantenha seus espaços de poder na próxima gestão, caso seu grupo vença a eleição. 

Naide Brito e Moema

Oposição desunida 

Se continuar esse cenário de disputa e indefinição na base oposicionista, certamente os candidatos de Moema vencerão a eleição. Quem conhece de perto a cidade diz que a oposição está "totalmente perdida". O vereador Tenóbio, apesar de não ser evangélico e pertencer à União dos Vegetais, tenta atrair o voto dos conservadores para lançar sua candidatura a prefeito pelo PL. Além dele, tem o tucano Matheus Reis, que tenta se viabilizar pelo PSDB mas não demonstra ainda ter musculatura suficiente para entrar na disputa de forma competitiva. Na eleição passada ele disputou como vice do empresário Teobaldo Costa. 

Matheus Reis

Teobaldo fora

Falando em Teobaldo, ele jogou a toalha e desistiu de entrar na disputa pela Prefeitura de Lauro de Freitas. Derrotado por Moema na última eleição, o empresário só aceitaria lançar candidatura caso fosse aclamado como o nome único da oposição, o que não aconteceu e não deverá acontecer nesse pleito.

Teobaldo Costa

O apetite de Débora 

Correndo por fora, tem a vereadora Débora Regis, do PDT, que briga na Justiça para não ficar inelegível e disputar a eleição. Há quem diga que, além de se exceder no tom contra Moema, ela estaria passando a "tratorar" os próprios aliados nos últimos dias, fazendo movimentos bruscos para assumir o controle do PSDB e do União Brasil, o que pelo visto, não aconteceu e não deverá acontecer. Além disso, o que se comenta é que a prefeita só estaria esperando a hora certa para "liquidar" juridicamente a candidatura da adversária, excluindo-a da disputa.

Débora Régis