Em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, o novo presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Carlos Henrique Passos, discutiu os desafios enfrentados pelo setor industrial na Bahia no atual ambiente de negócios. Ele enfatizou a necessidade de incentivos e de uma abordagem mais sensível por parte do poder público para impulsionar o desenvolvimento da indústria no estado.
“Da porteira para fora, no ambiente de negócios, temos vários desafios, como a questão da taxa de juros. Precisamos ter uma taxa de juros mais civilizada para um ambiente de transformação. Com a taxa de juros que temos ao final desse processo, enfrentamos um carregamento de custo financeiro absurdo”, frisou o presidente.
Questionado sobre outros gargalos que afetam o setor da indústria na Bahia, o presidente ressaltou a urgência da reforma tributária, destacando a complexidade que envolve a capitalização de impostos sobre impostos em diversos elos da produção.
“O setor industrial aguarda com muita ansiedade a finalização da reforma tributária, que vai tirar essa capitalização que vai do insumo original até o produto acabado. Mas é importante que a gente tenha infraestrutura necessária para fazer com que os insumos cheguem na fábrica e para que os produtos saiam da fábrica e cheguem no mercado”, completou.
Para Carlos, o lado externo das empresas é extremamente importante, ainda mais diante do cenário em que os governos têm dificuldade em atrair investimentos a partir de um incentivo fiscal. “É preciso que trabalhem esses gargalos para que reduzam esses custos, chamados ‘custo Brasil’, e favoreça a existência de investimentos, principalmente no setor industrial“, ponderou.
Novas indústrias
Sobre novas indústrias que chegaram à Bahia, como a greentech BYD, maior fabricante de veículos de energia limpa do mundo, o presidente da Fieb analisou o impacto positivo da tecnologia que veio para posicionar o estado baiano no cenário nacional do desenvolvimento.
“O Brasil é um país que sua industrialização teve um marco importante na indústria automobilística. A Bahia, por sua vez, ao trazer a Ford, passou a fazer parte desse mercado, porém, a saída da Ford gerou uma lacuna. A chegada da BYD tem um algo a mais, sendo uma empresa mais contemporânea do ponto de vista da matriz energética, dos seus produtos. Estamos saindo do combustível fóssil para o elétrico, então ela vem substituir uma lacuna que tinha por uma indústria mais atual”, refletiu.
Carlos Henrique dividiu suas expectativas sobre a montadora chinesa BYD: ele acredita que a empresa trará desenvolvimento também aos segmentos vinculados à indústria automobilística, como o setor de peças e acessórios.