Lídice sai em defesa do casamento civil igualitário: "diz respeito aos direitos civis"

Deputada não comentou sobre polêmica declaração de Isidório (Avante) que usou termos de conotação sexual ao defender tese da heteronormatividade

Por Raiane Veríssimo
20/09/2023 às 08h18
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Foto: Divulgação
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A deputada federal Lídice da Mata (PSB) saiu em defesa do casamento civil igualitário, na noite desta terça-feira (19), na reunião deliberativa da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília. "O que estava em discussão na minha concepção não diz respeito à crença religiosa. Eu também sou católica. E ser católica não quer dizer que tenha que ser de direita. Pode ser católica de esquerda, pode ser católica de centro. Então não vejo porque essa discussão religiosa tem que fazer parte desse assunto", questionou a parlamentar.

No entanto, a parlamentar não comentou sobre a polêmica declaração na mesma reunião do também deputado federal Sargento Isidório (Avante) que usou termos de conotação sexual ao defender que pessoas devem se comportar de acordo com os papéis de cada gênero. O parlamentar, inclusive, foi escolhido na segunda (18), como pré-candidato a prefeito de Salvador, apesar do conselho político da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) - da qual Lídice faz parte - defender um nome em consenso para a disputa ao Palácio Thomé de Souza no próximo ano.

O direito foi conquistado por meio de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que julgou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4277 e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132, registrando a união estável para casais do mesmo sexo. Este direito foi conquistado há mais de 10 anos pelo movimento LGBT brasileiro.

"Esse é um assunto que diz respeito aos direitos civis, que diz respeito à sucessão de uma família, que diz respeito ao uso de um plano de saúde, que diz respeito ao direito de herança. Então, nós haveremos de tratar dessa forma. Há de prevalecer sempre a ideia de que a lei deve comandar o nosso sentimento em relação a isso. É por isso que existe a separação da religião do Estado", defendeu a deputada baiana.

 

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