PODCAST: Carlos Falcão defende alinhamento entre saúde e economia para evitar cenário de "terra arrasada"

Presidente do Grupo Business Bahia espera reunião com Rui Costa para combinar ações de minimização do impacto da crise sanitária no empresariado

Por Osvaldo Lyra e Vinicius Rebouças
18/04/2020 às 14h30
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Foto: Reprodução/ Mundo VIP Bahia
Foto: Reprodução/ Mundo VIP Bahia

O presidente do Grupo Business Bahia, Carlos Sérgio Falcão, não esconde de ninguém o receio dos impactos negativos que a pandemia do novo coronavírus terá sobre o setor produtivo, com reflexos diretos nas micro e pequenas empresas do país. Responsável pela entidade, que é formada por mais de 250 líderes e gestores baianos, ele falou com exclusividade ao Podcast do Portal M! e disse que pequenos, médios e grandes empresários já estão sofrendo os efeitos da crise, cada um de uma forma e intensidade.

Ao comentar a segunda proposta enviada pelo Business Bahia ao governador Rui Costa, Falcão destacou que nas últimas semanas o setor empresarial do estado começou a debater, elaborar e divulgar propostas que possam contribuir para a sobrevivência das empresas e a manutenção de milhares de empregos.

"Um estudo diz que as maiores empresas têm caixa para sobreviver 90 dias, na média. As menores, uma semana. As empresas menores sofrem impactos mais rápido. Mas até o momento a maioria das medidas que estão sendo adotadas [pelos governos, para minimizar o impacto] abrange somente as empresas do Simples Nacional. São elas que têm menor capacidade de resistência a uma queda brusca de faturamento", pontou.

Osvaldo Lyra: Primeiro, como avalia a pandemia e o impacto direto sobre as empresas?

Carlos Falcão: Nós temos que fugir dessa dicotomia: ou saúde ou economia. Nós temos que buscar caminhos que possibilitam manter as empresas vivas ao mesmo tempo em que se preservam vidas. Não adianta salvar vidas se ao mesmo tempo você não tem comida, não tem emprego, não tem dinheiro, nem imposto, com o cenário pós-pandemia de terra arrasada.

OL: Há uma sinalização do governo sobre as demandas dos empresários?

CF: Nós protocolamos um pedido de reunião virtual junto à Governadoria para que possamos passar ao governador a nossa angústia. Queremos ouvir dele uma palavra que nos acenda uma luz, um farol, para direcionarmos nossos esforços. Ainda não tivemos resposta, mas continuaremos insistindo.

OL: Como avalia as medidas do governo Bolsonaro?

CF: No nosso grupo temos uma máxima: é proibido política. Qualquer debate com cunho político é vetado. A primeira coisa que fizemos foi elogiar governador e prefeito pelas união nas medidas tomadas. Não temos que nos preocupar com déficit público nem com contenção de despesas no momento. Então é muito cedo para avaliar se essas medidas são assertivas. Mas existe uma grande dificuldade dos empresários em ter acesso a crédito.

Isso e muito mais você poderá acompanhar através do podcast. Clique no player e confira!