Covid-19: para preservar cadeias de produção, grandes empresas financiam pequenas

Gigantes tem oferecido empréstimos com juro baixo e dão consultoria

Por Redação
12/04/2020 às 10h24
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Foto: Luke Sharrett/Bloomberg
Foto: Luke Sharrett/Bloomberg

As grandes companhias do país decidiram iniciar uma espécie de "socorro" por conta própria a fornecedores, clientes e varejistas. O objetivo é garantir que eles consigam atravessar a crise na economia causada pela pandemia do coronavírus, ainda mais diante da demora na chegada do crédito anunciado pelo governo para as pequenas e médias empresas.

Entre as ações adotadas, estão linhas de crédito emergenciais com juro baixo, antecipação de pagamentos e comissões e até consultoria financeira.

A petroquímica Braskem criou uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para a compra de matéria-prima por seus clientes, como indústrias plásticas. A ideia é atender ao menos mil pequenas e médias empresas. O limite dos empréstimos será de R$ 600 mil, com base no faturamento de cada firma, com juros no patamar da taxa básica: hoje, em 3,75%.

Iniciativa semelhante tem a Vale. O reforço emergencial da mineradora envolve a antecipação de pagamentos a cerca de três mil fornecedores até o fim deste mês. O volume de recursos chegará a R$ 1 bilhão.

Na telefonia, a Vivo, que tem mais de 1.600 pontos de venda no país, resolveu prorrogar o vencimento de contas dos aparelhos comprados pelos franqueados que ficaram nos estoques. Não foram vendidos ao consumidor com o fechamento de lojas e shoppings.

Para especialistas em negócios, a decisão das grandes empresas de ajudar as pequenas, neste momento de crise, é estratégico. As maiores companhias sabem que o acesso a serviços, insumos e canais de distribuição será decisivo para elas quando chegar a hora da retomada da economia.

*Com informações do jornal O Globo.