Investimento de R$12 bi colocará Acelen na liderança mundial na produção de combustíveis renováveis

Empresa vai investir em extração de óleo da macaúba

Por Nicolas Melo
27/04/2023 às 10h31
  • Compartilhe
Foto: Reprodução/YouTube
Foto: Reprodução/YouTube

Com um investimento de R$ 12 bilhões no período de dez anos para a produção de diesel e querosene de aviação renováveis na Bahia, a partir de 2026, a expectativa é que a Acelen, do fundo Mubadala Capital dos Emirados Árabes, alcance a liderança mundial na produção de combustíveis renováveis.

Para isso, a startup vai usar, em primeiro momento, a soja para a produção do diesel renovável, enquanto a safra de macaúba (palmeira que é prima do dendê), que será o recurso principal do chamado diesel verde, é preparada.

"Esse é um investimento de longo prazo de 10 anos para a criação de um novo produto, o diesel renovável, que não é um biodiesel. O renovável é um produto que substitui o produto fóssil completamente e é um investimento em escala global", disse o vice-presidente de relações institucionais, Comunicação e ESG da Acelen, Marcelo Lyra, em entrevista com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no programa Jornal Nova Manhã Salvador, da rádio Nova Brasil FM, desta quinta-feira (27).

A macaúba é uma árvore nativa do Brasil com alto potencial energético, e de acordo com os executivos, ainda não é explorada em escala comercial. De acordo com a companhia, a primeira fase visa o mercado internacional porque o Brasil ainda não tem ambiente regulatório para esses combustíveis, o que torna o produto mais competitivo no exterior. Os mercados visados são os Estados Unidos, Canadá e alguns países da Europa.

"Esse investimento nos enche de orgulho e entusiasmo porque a Acelen foi criada como uma empresa de energia cujo primeiro investimento foi na refinaria de Mataripe (antiga Landulfo Alves), mas  o objetivo proposto é ser um ator relevante na transição energética. Temos uma produção significativa em alto carbono, mas também temos produção no baixo carbono, que são os chamados biocombustíveis", falou Lyra.

"E esse investimento é de longo prazo de 10 anos para a criação desse novo produto, o diesel renovável, e não é um biodiesel que usa um aditivo. O renovável é um produto que substitui o produto fóssil (petróleo) completamente e é um investimento em escala global", comemorou Marcelo.

O que se espera é a produção de 1 bilhão de litros de Diesel Verde, por ano, reduzindo assim em até 80% as emissões de CO2 com a substituição do combustível fóssil. A nova planta vai utilizar a infraestrutura da Refinaria de Mataripe, como água, energia, vapor e o Terminal Madre de Deus (Temadre). Uma unidade de geração de hidrogênio sustentável, para o hidrotratamento dos combustíveis vai ser construída. As obras estão previstas para serem iniciadas em janeiro de 2024.

"É uma planta com uma capacidade energética muito grande, mas ainda não é domesticada. Então, temos um investimento alto para o desenvolvimento e tecnologia para a domesticação dessa planta que está previsto cerca de R$ 2 bilhões e ela será a substituta do óleo de soja, muito em função do potencial produtivo, uma vez que ela produz entre 5 e 7 vezes mais energia por hectare do que o óleo de soja. Então, é um investimento que envolve 200 mil hectares de área plantada entre Recôncavo, Baixo Sul, Extremo Sul e Sudoeste da Bahia", completou o vice-presidente de relações institucionais, Comunicação e ESG da Acelen, Marcelo Lyra.

Assista a entrevista: