Já traçou suas metas para 2023? Psicólogo dá dicas de como iniciar o ano bem

"Ano que vem eu faço ou começo!". Esta talvez seja uma das frases mais típicas de fim de ano e há oito dias do Réveillon, o psicólogo Sérgio Manzione deu dicas em um passo-a-passo simples (confira abaixo) de como se dar bem, ou pelo menos apertar o botão do 'start', para evitar a frustração das metas não realizadas. Afinal, o ano termina, mas começa outra vez.

Antes de tudo, é preciso entender a diferença entre metas e objetivos. Segundo o psicólogo, as metas são caminhos a serem percorridos para se chegar num determinado objetivo. É como se a pessoa que estivesse num piso térreo de um prédio precisasse chegar na cobertura - se vai subir por escadas ou elevador, isto fica a cargo da pessoa em escolher sua meta.

"São essas somas de etapas intermediárias que vão me fazer chegar no objetivo. São as metas. Então, é preciso estipular coisas que são possíveis de se realizar. Se não conseguir atingir o objetivo no fim de um ano, não importa, para ver qual é a meta que está atrapalhando", disse Sérgio durante entrevista com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM desta sexta-feira (23).  

"Por exemplo, uma pessoa que quer se formar, de forma geral, para isso ela tem que fazer provas, trabalhos, cumprir as metas, mas se ela perdeu em uma disciplina, ela tem que olhar os pontos fracos e ver onde é que precisa reforçar e recomeçar", completou Sérgio.

Segundo ele, o passo-a-passo é simples, mas eficaz se feito com determinação. Primeiro faz uma lista dos desejos, e essa lista tem que ser feita sem censura. Se tem um sonho, põe na lista. Quer comprar um carro, adiciona à lista; se quer fazer uma faculdade, lista. Tudo que se tem como um sonho é colocar na lista", começou.

"Dessa lista, que pode ser grande ou não, não importa, separe três itens, os objetivos que considera de maior importância. Dentro desses três pontos selecionados, é aí que você começa a estipular suas metas [os caminhos a serem percorridos], os pequenos passos, os degraus da escada, para chegar lá", completou o psicólogo.

De acordo com ele, um fator considerado como chave para o sucesso das metas até os objetivos é a motivação. Se por algum acaso não haja um estímulo para uma motivação, o especialista recomenda a procura de uma ajuda profissional, uma consultoria.

"Motivação é algo que faz você se movimentar. É acordar de manhã e ter um motivo para se agitar e ir atrás daquilo que se sonha. Se você ainda não achou essa motivação, então é preciso procurar, montar um projeto de vida e correr atrás das suas ações", explicou.

"Um bom caminho, caso não tenha essa expertise é ter um mentor, um profissional experiente que vai orientar o caminho", recomendou Sérgio Manzione. "O mais importante desse processo é não se frustrar com os erros porque eles servem para aprender com eles e não sofrer", emendou.

A vida é feita de escolhas

Talvez, os únicos momentos da vida não são suscetíveis a escolhas são: a hora do nascimento e a hora da morte, mas dentro desse processo de início e fim, o resto se baseia em escolhas que podem ir das mais simples às mais complexas. O psicólogo Sérgio Manzione chamou a atenção para as metas de vida estipuladas que podem ser consideradas 'inatingíveis', que podem levar ao fracasso do objetivo.

"Escolhas a gente faz o tempo todo. Viver é optar por correr riscos. Muitas pessoas fazem metas inatingíveis e por trás disso pode ter também aquela sensação de se manter na posição de vítima dizendo para si mesmo que não consegue, dizer: 'olha, eu tentei'. Então, é preciso ter cuidado", pontuou.

De acordo com ele, se há um objetivo estipulado e metas traçadas para se chegar lá, mas se no processo já há uma série de fracassos e com isso o sofrimento, este é o momento para se procurar uma ajuda médica para sanar o problema.

"Se não está conseguindo atingir o objetivo, se está com qualquer tipo de sofrimento, então é preciso procurar ajuda profissional. Tem que sair desse lugar, não pode ficar patinando. Essa causa tem que ser investigada e não atingir metas e objetivos pode ser uma auto sabotagem. A pessoa mesmo se sabota. É como eu costumo dizer, joga a casca de banana para a frente e ela vai caindo naquilo que ela mesma coloca contra si", explicou, sugerindo ainda um caminho para uma psicoterapia.

"A gente nunca tem o controle do que está por vir. A gente não tem controle sobre o outro, sobre nada. Se quer um resultado diferente, é preciso fazer diferente", completou Sergio Manzione.

*Confira a entrevista na íntegra: