Presidente eleito da Fenafisco defende reforma tributária baseada em renda do contribuinte

Francelino Valença  pontuou que, na ótica da entidade, o ideal a se fazer é não aumentar mais a carga de impostos

Por Osvaldo Lyra e Bruna Ferraz
08/11/2022 às 17h57
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Foto: Divulgação
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Todos os candidatos à presidência da República destacaram a reforma tributária como uma das suas pautas de governo, bem como fez o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A diferença, segundo o presidente eleito da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), Francelino Valença, está na forma como isso será feito. 

"O futuro governo, dentre as necessidades da reforma tributária, coloca uma premissa que nós defendemos, que é uma tributação mais progressiva, observando a capacidade do contribuinte. Isso é premissa constitucional. Nós acreditamos que ela deverá ser a mola mestra desse primeiro ano de governo e a Fenafisco já está fazendo um trabalho, fazendo os movimentos necessários, pra que esses princípios tão claros para todos nós possam ser incorporados pelo futuro governo", afirmou Francelino em conversa com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra.

Francelino participa da 19ª edição do Congresso Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Conafisco) que começou neste domingo (6) e segue até a quarta-feira (9), no complexo hoteleiro de Costa do Sauípe, no município de Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador. 

O presidente eleito da Fenafisco afirmou que, antes de qualquer mudança, é necessário que a população se informe sobre o assunto, para que não reproduzam ou acreditem em informações falsas.

"Há uma fake news já de décadas que vende a ideia de que nossa carga tributária seria a maior do mundo, uma grande mentira. A população tem que ter conhecimento, não pode ficar só com os especialistas, pois quem sofre a incidência disso é o cidadão", alertou.

Ainda sobre a reforma, Francelino pontuou que, na ótica da Fenafisco, o ideal a se fazer é não aumentar mais a carga tributária, mas sim, mantê-la.  Segundo ele, a tributação já está em patamares razoáveis. O que o presidente eleito da Fenafisco aponta como necessidade é a modulação dessa carga tributária, o que nunca foi feito.

"Essa modulação seria diminuir a carga tributária do consumo dos bens de serviço, que vai impactar positivamente os que menos recursos financeiros, os que têm uma demanda maior reprimida. Nesse ponto, a nossa carga tributaria sim é uma das maiores, pois ela incide muito sobre o consumo, e transformar, jogá-la para a renda. Quando falamos de renda, não estamos nos referindo a do trabalhador com salário mínimo, a gente está falando de altas rendas. Essa modulação precisa ser feita", destacou Francelino.