Neto rebate críticas e diz que 'não é o presidente que vai estar aqui para resolver os problemas da Bahia' em 1º de janeiro
O ex-prefeito de Salvador, primeiro sabatinado da rádio Nova Brasil FM, declara ser capaz de governar com qualquer um que seja eleito pelo Brasil nas eleições em outubro
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Diferente dos adversários Jerônimo Rodrigues (PT) e João Roma (PL), ambos candidatos a governador da Bahia, mas que levam o apadrinhamento dos também postulantes à presidência da República, Lula e Bolsonaro, respectivamente, ACM Neto (União Brasil), declara ser capaz de governar com qualquer um que seja eleito pelo Brasil nas eleições em outubro.
"Em vez de palavras bonitas, eu trago o meu jeito de agir, o meu jeito de governar. A melhor resposta para isso é o prefeito de Salvador que governou essa cidade por oito anos que se relacionou com três presidente diferentes: Dilma [Rousseff], [Michel] Temer e [Jair] Bolsonaro e nenhum deles era do meu partido, cada um com uma corrente e linha de pensamento totalmente distinta e o que aconteceu? Não houve nenhum prejuízo para Salvador, ao contrário, fizemos o melhor governo do Brasil e transformamos a capital", disse ACM Neto durante sabatina com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no programa Nova Manhã da rádio Nova Brasil FM desta segunda (15).
Segundo Neto, ele carrega duas coisas que credibiliza sua capacidade de gerir o estado da Bahia: "de um lado eu tenho a experiência, pois não estou surgindo agora. Tenho mais de 20 anos de mandatos e outra é o espírito público. Pra mim é assim, passou a eleição, vira a página. Vamos olhar para a frente. Eu, como governador, não vou pedir o título de eleitor para saber se a pessoa voltou em mim ou não. Eu vou ter a obrigação de trabalhar com todo mundo", falou Neto.
O ex-prefeito de Salvador, primeiro sabatinado do programa, criticou a postura dos adversários que falam sobre um eventual apoio presidencial de Lula ou Bolsonaro, se eleitos. Para Neto, que já defendeu o pensamento em outras ocasiões, a eleição federal terá resultado diferente da estadual e cada uma vai correr dentro de sua esfera respectiva.
"Dia 1º de janeiro, vai ser na porta do governador que o povo vai bater para cobrar as respostas de todos os problemas, como segurança pública, desemprego, falta de qualidade na educação, problemas na saúde e tantos outros. Não é o presidente que vai estar aqui para resolver, é o governador e ele sendo 'retado', trabalhador, competente será respeitado por qualquer presidente da República como eu fui durante oito anos como prefeito de Salvador", disparou o ex-gestor.
Neto também falou sobre a confiança da chapa em ganhar a corrida pelo Palácio de Ondina. Segundo ele, a sensação de segurança vem por conta do apoio e pedido de mudança de gestão que ele tem escutado da população pelo interior do estado, que atravessa 16 anos de gestão do Partido dos Trabalhadores (PT).
"Estamos muito animados com o que estamos vivendo pelo interior da Bahia. Percorremos 15 municípios por semana e vamos para 20 e espero manter esse ritmo até o final. Não há outro candidato que antes de começar a campanha tenha percorrido mais de 200 municípios e foi o que nós fizemos porque eu não comecei agora. Começamos desde o início de 2021 conversando e vendo de perto os problemas das pessoas e discutindo o futuro da Bahia. A gente percebe uma energia cada vez maior das pessoas. Muitas palavras de confiança e isso nos traz bastante otimismo, mas sem tirar o pé do chão, humildade e trabalho, mais confiança na vitória de outubro", comentou.
Na avaliação de Neto, a legenda de esquerda ficou no poder por tempo suficiente para trazer melhorias significativas para o baiano, mas em vez disso, o estado tem alcançado posições adversas como altos índices de violência pública e desemprego, além da pior nota de Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Brasil.
"A democracia é boa porque permite que os eleitores façam as suas escolhas a cada quatro anos. Esses 16 anos [entre Jaques Wagner e Rui Costa], poderia até não ser tempo demais se a Bahia estivesse vivendo uma outra realidade, diferente da qual estamos vivendo hoje. A Bahia é campeã nacional em homicídios e em número de desempregados; os baianos vivem o drama da espera da fila da regulação; e na educação temos o pior Ideb do Brasil. Essa é a realidade da Bahia. Quando olhamos em questões essenciais para os baianos, nós estamos tendo problemas. Então, as pessoas perceberam que é importante e que é hora de mudar, de dar oportunidade para algo novo para trazer soluções de problemas antigos", declarou Neto na sabatina.
"Então,16 anos é bastante tempo, eles tiveram muitas oportunidades e o resultado é esse. Eu não vejo outro caminho que não seja a mudança e essa é a vontade que os baianos têm demonstrado nas ruas, o que nos faz acreditar que vamos vencer as eleições", acrescentou.
Confira a entrevista na íntegra: