Neto rebate críticas e diz que 'não é o presidente que vai estar aqui para resolver os problemas da Bahia' em 1º de janeiro

O ex-prefeito de Salvador, primeiro sabatinado da rádio Nova Brasil FM, declara ser capaz de governar com qualquer um que seja eleito pelo Brasil nas eleições em outubro

Por Nicolas Melo
15/08/2022 às 10h52
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Foto: Reprodução/YouTube
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Diferente dos adversários Jerônimo Rodrigues (PT) e João Roma (PL), ambos candidatos a governador da Bahia, mas que levam o apadrinhamento dos também postulantes à presidência da República, Lula e Bolsonaro, respectivamente, ACM Neto (União Brasil), declara ser capaz de governar com qualquer um que seja eleito pelo Brasil nas eleições em outubro.

"Em vez de palavras bonitas, eu trago o meu jeito de agir, o meu jeito de governar. A melhor resposta para isso é o prefeito de Salvador que governou essa cidade por oito anos que se relacionou com três presidente diferentes: Dilma [Rousseff], [Michel] Temer e [Jair] Bolsonaro e nenhum deles era do meu partido, cada um com uma corrente e linha de pensamento totalmente distinta e o que aconteceu? Não houve nenhum prejuízo para Salvador, ao contrário, fizemos o melhor governo do Brasil e transformamos a capital", disse ACM Neto durante sabatina com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no programa Nova Manhã da rádio Nova Brasil FM desta segunda (15).

Segundo Neto, ele carrega duas coisas que credibiliza sua capacidade de gerir o estado da Bahia: "de um lado eu tenho a experiência, pois não estou surgindo agora. Tenho mais de 20 anos de mandatos e outra é o espírito público. Pra mim é assim, passou a eleição, vira a página. Vamos olhar para a frente. Eu, como governador, não vou pedir o título de eleitor para saber se a pessoa voltou em mim ou não. Eu vou ter a obrigação de trabalhar com todo mundo", falou Neto.

O ex-prefeito de Salvador, primeiro sabatinado do programa, criticou a postura dos adversários que falam sobre um eventual apoio presidencial de Lula ou Bolsonaro, se eleitos. Para Neto, que já defendeu o pensamento em outras ocasiões, a eleição federal terá resultado diferente da estadual e cada uma vai correr dentro de sua esfera respectiva. 

"Dia 1º de janeiro, vai ser na porta do governador que o povo vai bater para cobrar as respostas de todos os problemas, como segurança pública, desemprego, falta de qualidade na educação, problemas na saúde e tantos outros. Não é o presidente que vai estar aqui para resolver, é o governador e ele sendo 'retado', trabalhador, competente será respeitado por qualquer presidente da República como eu fui durante oito anos como prefeito de Salvador", disparou o ex-gestor. 

Neto também falou sobre a confiança da chapa em ganhar a corrida pelo Palácio de Ondina. Segundo ele, a sensação de segurança vem por conta do apoio e pedido de mudança de gestão que ele tem escutado da população pelo interior do estado, que atravessa 16 anos de gestão do Partido dos Trabalhadores (PT).

"Estamos muito animados com o que estamos vivendo pelo interior da Bahia. Percorremos 15 municípios por semana e vamos para 20 e espero manter esse ritmo até o final. Não há outro candidato que antes de começar a campanha tenha percorrido mais de 200 municípios e foi o que nós fizemos porque eu não comecei agora. Começamos desde o início de 2021 conversando e vendo de perto os problemas das pessoas e discutindo o futuro da Bahia. A gente percebe uma energia cada vez maior das pessoas. Muitas palavras de confiança e isso nos traz bastante otimismo, mas sem tirar o pé do chão, humildade e trabalho, mais confiança na vitória de outubro", comentou.

Na avaliação de Neto, a legenda de esquerda ficou no poder por tempo suficiente para trazer melhorias significativas para o baiano, mas em vez disso, o estado tem alcançado posições adversas como altos índices de violência pública e desemprego, além da pior nota de Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Brasil.

"A democracia é boa porque permite que os eleitores façam as suas escolhas a cada quatro anos. Esses 16 anos [entre Jaques Wagner e Rui Costa], poderia até não ser tempo demais se a Bahia estivesse vivendo uma outra realidade, diferente da qual estamos vivendo hoje. A Bahia é campeã nacional em homicídios e em número de desempregados; os baianos vivem o drama da espera da fila da regulação; e na educação temos o pior Ideb do Brasil. Essa é a realidade da Bahia. Quando olhamos em questões essenciais para os baianos, nós estamos tendo problemas. Então, as  pessoas perceberam que é importante e que é hora de mudar, de dar oportunidade para algo novo para trazer soluções de problemas antigos", declarou Neto na sabatina.

"Então,16 anos é bastante tempo, eles tiveram muitas oportunidades e o resultado é esse. Eu não vejo outro caminho que não seja a mudança e essa é a vontade que os baianos têm demonstrado nas ruas, o que nos faz acreditar que vamos vencer as eleições", acrescentou. 

Confira a entrevista na íntegra: