Dia da Parteira: entenda como atuam as profissionais e por que a procura pelo serviço aumentou

Data nacional dedicada à atividade é celebrada nesta quinta-feira (20)

Por Bernardo Rêgo
20/01/2022 às 18h50
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Foto: Acervo Comadres
Foto: Acervo Comadres

As parteiras são as responsáveis por possibilitar o parto em casa de forma segura seguindo todos os protocolos técnicos. O parto natural e humanizado tem sido a busca de muitas gestantes e, por isso, a procura por parteiras e doulas voltou a crescer. Embora seja a única alternativa em diversos municípios brasileiros, o parto normal em domicílio e auxiliado por uma parteira ainda é cercado por mitos e desinformação. 

Nesta quinta-feira (20), Dia Nacional da Parteira Tradicional, o Portal M! conversou com a parteira, enfermeira obstetra e coordenadora do Coletivo SobreParto, Tanila Amorim Glaeser, para entender melhor sobre a função e o quão importante é para a vida da gestante e do bebê.

"É gratificante exercer este ofício e poder proporcionar às mulheres um parto humanizado para tirar esse estigma de se fazer apenas cesáreas. Lembrando que as parteiras não fazem parto. Esta função é da gestante, nós apenas prestamos uma assistência", pontuou Tanila. 

Segundo Tanila, apesar de algumas dificuldades enfrentadas com a rede particular de saúde, as parteiras conseguem desenvolver de forma plena o seu trabalho acompanhando a gestante desde o pré-natal até o puerpério, inclusive solicitando exames e fazendo ausculta fetal.

Em geral, a gestante que opta pelo parto domiciliar com parteiras também faz o acompanhamento com a profissional.

"Nós temos uma equipe de profissionais que vai até à casa da gestante e realiza o parto em qualquer cômodo que a mulher escolha. Além disso, levamos todo o nosso material, inclusive, deixamos uma médica de sobreaviso caso haja alguma intercorrência", destacou Tanila.

Tanila Amorim Glaeser é parteira, enfermeira obstetra e coordenadora do Coletivo SobreParto

A doula é outra profissional importante no período gestacional. Elas prestam apoio à gestante de ordem emocional, física e informativa. É como atua Laili Flórez. 

"É uma função muito antiga de mulheres que acompanhavam outras mulheres nesse período, especialmente durante o parto, mas que foi se perdendo com a institucionalização do nascimento e as mudanças na nossa sociedade", conta Laili.

"Nosso trabalho na gestação inclui auxiliar na preparação para o parto e o puerpério, oferecer informações sobre fisiologia do parto e o cenário obstétrico local, ajudar na elaboração do plano de parto, apoiar a mulher ou o casal emocionalmente", acrescenta. 

Laila Flórez destaca ainda que o durante o parto há um suporte físico. "Nós oferecemos suporte físico através de métodos não farmacológicos para alívio da dor, cuidamos do ambiente e do emocional da parturiente e apoiamos a mulher nas suas escolhas para este momento", pontua a doula.

Laili Flórez é doula e destaca toda assitência que as porfissionais prestam às gestantes; Créditos: Senhoritas Fotografia

 

Dados sobre partos

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 140 milhões de nascimentos acontecem todos os anos, a maioria sem complicações para mulheres e bebês. A organização considera como "razoável" o índice de 15% dos nascimentos por meio de cesárias. No Brasil, 55,6% do total de partos realizados anualmente são cirúrgicos.

Um dos objetivos da Agência Nacional de Saúde (ANS) é reduzir as altas taxas de cesarianas no país e também melhorar a experiência da maternidade para mães e bebês.

Segundo a ANS, o parto normal favorece o vínculo do bebê com a mãe, fortalece o sistema imunológico e melhora o ritmo cardíaco e o fluxo sanguíneo do bebê, além de favorecer o aleitamento e promover uma recuperação pós-parto mais rápida e menos dolorosa para a mãe.