Vixe! Rui pressiona base contra PEC dos Precatórios. E Republicanos vão avaliar cenário eleitoral no final de novembro

Todas às quartas, temos novidades da política, do empresariado e da cultura para que você entenda melhor "como a roda gira" nos bastidores

Por Osvaldo Lyra e equipe
03/11/2021 às 07h50
  • Compartilhe
Foto: Arte: Haron Ribeiro
Foto: Arte: Haron Ribeiro
Rui pressiona base contra PEC dos Precatórios 
 
O governador Rui Costa montou uma verdadeira ofensiva nos últimos dias contra os deputados federais que integram sua base aliada na Bahia. O objetivo é pressionar os parlamentares a votar contra a PEC que trata dos precatórios e pode impactar diretamente nas contas do governo baiano. O problema é que existem deputados que apoiam Rui aqui e Bolsonaro lá e que vão ficar numa verdadeira "sinuca de bico" com essa votação, que deve acontecer ainda essa semana, conforme prevê o Planalto. 

Rui Costa

R$8 bi nos cofres em ano eleitoral
 
Segundo um deputado federal ouvido pela coluna, o governador está usando um discurso equivocado, ao afirmar que a PEC vai impactar na educação. "Ele quer R$8 bilhões nos cofres da Bahia, num ano eleitoral, para tocar obras, enquanto o governo federal quer dividir o pagamento dos precatórios aos estados com o novo Auxílio Brasil", explicou. 
 
Luiz Inácio Lula da Silva

Lula quer Rui ao Senado
 
Um integrante da cúpula do PSD procurou a coluna essa semana para afirmar que voltou a circular em Brasília a informação de que o ex-presidente Lula estava convencido de que a melhor estratégia para 2022 será fortalecer a bancada do PT no Senado e oxigenar a política dos estados. Na Bahia, a aposta seria ter o governador Rui Costa tentando a senatória e o atual senador Otto Alencar disputando o governo estadual. Essa informação já tinha circulado e causado um verdadeiro mal-estar no entorno do
senador Jaques Wagner e do PT.

Otto Alencar
Otto quer continuar no Senado
 
Pesa a favor da candidatura de Jaques Wagner ao governo a força de Lula no Nordeste e na Bahia. Já a favor de Otto tem o discurso de alternância de poder contra o continuísmo do PT.  Apesar da defesa de uma chapa Otto e Rui, cresce a tese de que Otto deve mesmo ir para o Senado, como ele quer, e Wagner disputar o governo, como aposta o PT. A Leão seria dada a vice, com Roberto Muniz.

Jair Bolsonaro e João Roma
 
Roma e Bolsonaro podem levar a disputa ao 2o turno
 
Entre os partidos que gravitam no entorno do PT a expectativa é que o ministro João Roma seja o candidato do Palácio do Planalto ao governo para defender o legado do presidente Bolsonaro na Bahia. Pelos prognósticos dos governistas, o presidente chegará  a 20% do eleitorado e Roma terminará entre 10% a 15%, levando a disputa ao governo para o 2o turno. Há quem diga no governo estadual que pela primeira vez o resultado poderá ser descasado do nacional, com Lula eleito presidente, ACM Neto governador e Otto para o Senado. Essa será uma eleição totalmente imprevisível.
 

Diego Coronel 

O crescimento do clã Coronel
 
Mulher do senador Angelo Coronel,  a ex-candidata à vice na chapa de sargento Isidório, em Salvador, Eleusa Coronel não será candidata a deputada federal na próxima eleição, como havia sido especulado em 2020. Do clã Coronel, quem vai disputar uma vaga na Câmara Federal será o atual deputado estadual Diego Coronel. Para sua vaga na Assembleia Legislativa, entrará na disputa o outro filho do casal, Ângelo Coronel Filho. Esse será um verdadeiro teste para o patriarca, que terá sua popularidade e atuação testadas. 

Eleusa Coronel 

A explicação
 
"Quando Eleusa foi candidata a vice-prefeita, a ideia era que ela sairia candidata a deputada federal e Diego Coronel iria continuar como deputado estadual. Nós fizemos uma reunião e Diego Coronel vai subir para federal e Angelo Coronel Filho, que é meu filho mais velho, sai candidato a deputado estadual", explicou o senador. 
 



Federação complicada
 
Elemento novo para a próxima eleição, a federação de partidos ainda é uma incógnita para 2022. A necessidade de verticalizar a escolha em todo o país e o prazo de quatro anos (não apenas na eleição, como eram nas coligações), tem sido um empecilho na formalização do novo mecanismo eleitoral. Muitos partidos, como o PSB e o PCdoB, não veem a hora de se juntar ao PT e aproveitar a rebarba dos votos de legenda, garantindo assim, mais alguns mandatos no próximo ano. No próprio PT a federação não é vista com bons olhos e divide o partido. 
 
 

Angelo Coronel
O otimista senador
 
No PSD, o senador Ângelo Coronel diz que o partido, que tem seis deputados federais, deverá eleger de sete a oito. "Vamos lançar 14 bons candidatos na próxima eleição", diz, o otimista senador, sem explicar como tornará o partido atraente para quem não tem mandato. 

João Leão 
 
Partidos terão dificuldades
 
O PP, de João Leão, e o PL, de José Carlos Araujo, tem quatro deputados federais com mandato cada e não há voto de rabada. Isso dificulta a formação dos partidos. O União Brasil deve sair fortalecido das urnas. 
 

Bispo Marcio Marinho 

Republicanos vão avaliar cenários em novembro
 
O cenário de total indefinição na política fez com que a cúpula do Republicanos na Bahia ficasse reclusa nos últimos dias. O comando do partido tem adotado um tom de cautela e evitado o assunto em público. "Vivemos um cenário de total indefinição na política. Não se sabe para qual partido Bolsonaro vai, se o PP ou o PL. Isso tem impacto direto nos estados", como disse um republicano que transita bem junto à Igreja. A expectativa é que em meados de novembro a direção local do partido contrate uma pesquisa e sente com a executiva nacional para deliberar sobre a eventual candidatura de João Roma. Na sigla ninguém cogita perder o ministro. "Mas não basta querer ser candidato de si só. Tem que ser criadas as condições para isso", como disse um deputado ligado ao presidente Márcio Marinho. 
 
Meta é ampliar as bancadas 
 
Para alguns republicanos, mais importante do que defender a candidatura de Roma ao governo, é eleger uma ampla bancada de deputados federais e estaduais e trabalhar para emplacar um senador na chapa de ACM Neto. Pessoas próximas ao Bispo Marcio Marinho dizem que ele não está se pronunciando sobre 2022 justamente para deixar o cenário ficar mais claro e deliberar junto à executiva nacional o assunto. 


ACM Neto
 
"Há um sentimento muito grande de mudança"
 
Os deputados do Republicanos, que tem circulado pelo interior do  estado, dizem que há um sentimento muito grande de mudança nos quatro cantos da Bahia e que o nome de ACM Neto empolga por representar a renovação da politica. Eles dizem que a população está amadurecida e está conseguindo separar o que é intenção de voto para presidente da República e o que é intenção de voto para o governo do estado. "Essa campanha não será nacionalizada", como disse uma liderança do partido na Bahia.
 
 

Fabricio Castro 

Dúvida cruel
 
Por que será que o atual presidente da OAB-BA, Fabrício Castro, não conseguiu ser candidato titular ao Conselho Federal da entidade? Essa pergunta circula pelos bastidores da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Bahia, e esquenta a campanha à presidência da entidade.