Estações mais quentes podem aumentar incômodo de quem já tem hiperidrose

O problema pode se apresentar de duas formas: primária (focal) ou secundária (generalizada)

Por Redação
19/10/2021 às 17h20
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Foto: Reprodução/Webrun
Foto: Reprodução/Webrun

Com a proximidade das estações mais quentes, o incômodo de quem tem hiperidrose pode aumentar. A condição, que também é classificada como sudorese excessiva, ocorre porque as glândulas sudoríparas dos pacientes são hiperfuncionantes, o que pode afetar todos os aspectos da vida de uma pessoa, desde a escolha da carreira e atividades recreativas até relacionamentos, bem-estar emocional e autoimagem. 

Segundo o médico especialista da Clínica de Tratamento do Suor (CTS), Sandro Fabricio Oliveira, a hiperidrose pode decorrer por diferentes causas, como fatores emocionais, hereditários ou doenças, com diferentes regiões do corpo podendo ser acometidas, como axilas, palmas das mãos, rosto, cabeça e plantas dos pés. 

De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Ipsos em 2013, aproximadamente 10% da população brasileira sofre de hiperidrose. Em geral, o problema pode se apresentar de duas formas: primária (focal) ou secundária (generalizada). 

A primária pode aparecer na infância ou adolescência, geralmente, nas mãos, pés, axilas, cabeça ou rosto, e normalmente, há mais pessoas na mesma família com o problema. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, esse tipo afeta de 2% a 3% da população, no entanto, menos de 40% dos pacientes com essa condição consultam um médico. 

Por outro lado, a Hiperidrose secundária, generalizada, é causada por uma condição médica, pelo efeito colateral de uma medicação. Nestes casos, as pessoas suam em todas as áreas do corpo ou em regiões incomuns, inclusive durante o sono. Em geral, ela surge na fase adulta, e existem dois testes para se descobrir a área específica da hiperidrose: o teste de amidoiodo e o do papel de teste.  

O médico Rodrigo Maia, também especialista da CTS, explica que a condição é um distúrbio do sistema nervoso autônomo, que geralmente é sentido a partir da adolescência, e que prejudica a vida social de quem lida com o problema, sobretudo, por ser associado erroneamente com a falta de higiene.  

"Os adolescentes com hiperidrose se sentem inseguros e incomodados, pois, nesta fase da vida, essas situações que podem afetar a autoconfiança e autoestima, fazendo com que se evitem contato físico. Em muitos casos, o suor nas axilas é taxado como problema de falta de higiene, fato que não possui relação com o paciente que sofre de hiperidrose", explica o especialista.

Tratamento  

Para quem sofre com o problema, entre as diversas opções de tratamento está a Simpatectomia, que busca solucionar a hiperidrose de forma minimamente invasiva, com segurança, cicatriz discreta e com rápido retorno às rotinas.  

 "Com este procedimento, se corta ou pinça o nervo que transmite o estímulo à glândula sudorípara, desligando o sinal que avisa ao corpo para suar excessivamente", explica Dr. Marcelo Pato da Clínica de Tratamento do Suor. 

Já para quem sofria com o problema, a exemplo de Diego Costa, que recorreu ao procedimento para recuperar sua qualidade de vida, o sentimento é de uma autoestima recuperada. "Eu sofria com sudorese excessiva nas mãos, pés e axilas. Mas agora, recuperei minha autoestima, até meus amigos comentam, que já posso voltar a apertar as mãos deles", conta.   

Outro intuito da CTS é o de gerar conhecimento científico para estudos da hiperidrose no Brasil, e de aprimorar os métodos clínicos e cirúrgicos que visem a melhoria e bem-estar dos pacientes.