Brasil tem recorde de mais de 30 milhões de trabalhadores recebendo até um salário mínimo

Um levantamento da consultoria IDados mostra que número de brasileiros com renda de até R$ 1,1 mil é o maior desde 2012. A baixa remuneração se soma ao cenário de inflação elevada, o que afeta o orçamento das famílias. Com isso, o Brasil bate novo recorde de pessoas que recebem um salário mínimo.

De acordo com estudo elaborado pela consultoria IDados, com base nos indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do segundo trimestre, 30,2 milhões de pessoas estão nessa categoria. O número representa pouco mais do que toda a população da Venezuela.

O índice chega a 34,4% de trabalhadores brasileiros - patamar mais alto já apurado desde o início das pesquisas, em 2012.

A pesquisa também revela que os trabalhadores podem até conseguir algum tipo de trabalho, informal ou sendo o dono de seu próprio negócio, mas seguem sendo mal remunerados. Além disso, a alta de alimentos, energia elétrica e combustível dificulta ainda mais a vida do trabalhador. A inflação já está próxima de 10%.

Desde o início da série, o menor número de trabalhadores que recebiam um salário mínimo foi observado durante o auge da pandemia, já que muitos saíram do mercado de trabalho por causa da crise , principalmente os mais pobres. No terceiro semestre do ano passado, esse número era de 17,6 milhões.

Entre a população negra, o quadro é ainda pior. Dos 30,2 milhões que aparecem na pesquisa ganhando salário mínimo, quase 20 milhões são negros. Atualmente 43,1% dos negros ocupados recebem até R$ 1,1 mil. No quarto trimestre de 2015, melhor momento da série histórica, o índice era 34,4%.