Estados Unidos admitem erro em ataque com drone que matou dez civis no Afeganistão

Oficiais norte-americanos justificaram que ação seria necessária para evitar um ato terrorista

Por Redação
17/09/2021 às 23h00
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Foto: reprodução/ G1/ Khwaja Tawfiq Sediqi/AP
Foto: reprodução/ G1/ Khwaja Tawfiq Sediqi/AP

Nesta sexta-feira (17), o Pentágono admitiu que o ataque com drone feito pelos  EUA a um carro que supostamente seria ocupado por um integrante do Estado Islâmico, no Afeganistão, em 29 de agosto, foi um engano, e que dez civis foram mortos, incluindo sete crianças.

Quando o ataque aconteceu, oficiais norte-americanos justificaram que ele seria necessário para evitar um ato terrorista. Mas segundo uma investigação do jornal 'The New York Times', agora confirmada por militares, apontou que o carro atingido não continha uma bomba, como tinha sido afirmado.

"Ofereço minhas profundas condolências às famílias e aos amigos daqueles que foram mortos", disse o general Kenneth F. McKenzie Jr., comandante do Comando Central dos Estados Unidos, ao admitir o erro em uma entrevista coletiva.

Também reiterando o que havia informado o jornal, o general acrescentou que o motorista do veículo, Zemari Ahmadi, de 43 anos, era um colaborador de longa data de um grupo de ajuda comandado pelos Estados Unidos, o Nutrition and Education International, onde atuava como engenheiro elétrico, sem qualquer ligação com o Estado Islâmico.

A investigação indicou que a carga no porta-malas do Toyota branco que ele dirigia, provavelmente, era de garrafas de água e que o carro nunca proporcionou qualquer tipo de risco.

Uma explosão, ouvida nas proximidades de onde ele esteve a pedido de seu chefe naquela manhã para buscar um laptop, teria sido causada por um tanque de propano ou combustível, sem qualquer conexão com a presença de Ahmadi na região.

O militar afirmou que o ataque foi realizado "pela profunda convicção" de que o Estado Islâmico estava prestes a atacar o aeroporto de Cabul novamente, como havia feito três  dias antes, quando morreram 140 pessoas, incluindo 13 militares norte-americanos.

Oficiais do Pentágono reconheceram que a investigação do "NY Times" e de outros órgãos de imprensa forneceram "valiosas evidências" que os ajudaram a reavaliar seu julgamento incorreto sobre o risco representado pelo veículo atacado pelo drone.

*Com informações do G1