Vixe!! Indefinição de Rui gera mal-estar na base. A fusão do DEM e PSL criará um super partido. E Otto no comando do Senado

Toda quarta temos novidades da política, do empresariado e da cultura pra que você entenda melhor "como a roda gira" nos bastidores

Por Osvaldo Lyra e equipe
15/09/2021 às 07h38
  • Compartilhe
Foto: Arte: Haron Ribeiro
Foto: Arte: Haron Ribeiro
Indefinição de Rui gera mal-estar na base 
 
A indefinição sobre a eventual candidatura do governador Rui Costa para o Senado, no próximo ano, tem causado mal-estar na base aliada. Dirigentes de partidos ligados ao governo admitiram o clima pesado e confidenciaram para a Coluna Vixe que esse cenário gera consequências negativas para todos que gravitam no entorno do PT. 

 
Petistas asfixiam aliados 
 
O entendimento é que a chapa, com três cargos na disputa, não pode ser ocupada por dois nomes do Partido dos Trabalhadores. O que os aliados dizem é que uma eventual presença de Rui e do senador Jaques Wagner na majoritária "asfixiaria" os demais integrantes do bloco governista. 

 
Mais uma candidatura
 
Um dirigente partidário pediu reserva para subir o tom e falar que essa indefinição do governador Rui Costa pode levar a mais de uma candidatura na base. Esse movimento encontra eco na pressão que tem sido exercida pelo vice-governador João Leão, que ensaia lançar seu nome na disputa, caso não assuma como governador tampão de abril a dezembro de 2022. O bonitão pressiona pelo lançamento da candidatura de Rui ao Senado e sua renúncia do cargo. No entanto, os outros partidos não admitem ter dois nomes do PT na majoritária e abrir espaço para Leão fazer a transição no Palácio de Ondina. Esperam equilíbrio na divisão dos espaços. 
 
Chapa vencedora elegerá o senador?
 
Por mais que o ex-prefeito ACM Neto tenha pesquisas internas que mostrem o descolamento da população sobre a eleição para o governo do Estado e para a Presidência da República, o sentimento nos partidos aliados ao governador Rui Costa é que esse mesmo movimento não se repetirá na disputa para o Senado. A expectativa é que a chapa vencedora ao governo consiga eleger também o senador, como historicamente sempre aconteceu na eleição da Bahia. 
 
 

Otto quer a reeleição e pode disputar a presidência do Senado 
 
Uma informação chegada à Coluna Vixe nos últimos dias joga luz sobre cenários possíveis para o senador Otto Alencar, presidente do PSD na Bahia. Após ganhar grande visibilidade por sua atuação na CPI da COVID, o senador, que é natural da cidade de Ruy Barbosa, não quer abrir mão da senatória pois pode se reeleger em 2022 e se viabilizar como um nome forte para disputar à presidência do Senado em 2023. Isso, lógico, caso Lula seja eleito presidente da República no próximo ano. Pelo que se comenta nos bastidores, ele e o PT poderiam fazer um gesto para o aliado, que se mostra leal ao projeto do partido tanto local quanto nacionalmente. Esse movimento pode parecer muito adverso ainda, sobretudo, devido ao tempo longo até 2023. Mas não se coloca como impossível de ser construído até lá. A conferir. 
 
 


Cabeça a prêmio 
 
Tem gente graúda no PT que não consegue entender o que o secretário Carlos Martins, titular da pasta de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), faz ainda no governo estadual. Tem figurão no partido, por exemplo, aguardando a saída do secretário, que já foi sinalizada há dois meses pelo governador Rui Costa. Quem acompanha de perto o caso diz que Martins só está no posto devido à pressão exercida por deputados da tendência Reencantar, do PT. Isso, mesmo com a queixa geral de que a SJDHDS está paralisada, apesar de controlar uma área sensível para os petistas. 
 
Em compasso de espera
 
"Rui está morto de raiva. O deputado federal Joseildo Ramos foi o convidado para a pasta e até hoje não foi nomeado", disse um petista com bom trânsito na Governadoria. Quando questionado sobre o motivo que tem levado Carlos Martins a continuar no posto, o mesmo petista é enfático a afirmar: "briga interna no PT". E com isso, seguem todos em compasso de espera. 
 

 
O ministro solução
 
Apesar de ser deputado de primeiro mandato e está em sua primeira passagem pelo governo federal, o ministro da Cidadania, João Roma, do Republicanos, já é conhecido por ser jeitoso em Brasília. Não é a toa que, na última reunião ministerial, ganhou o apelido de "João Solução". Os colegas recorrem a ele, especialmente quando precisam mexer nos cofres de Paulo Guedes e não querem partir para o embate. Pelo que se comenta na capital federal, o apelido foi dado pelo general Luiz Eduardo Ramos, secretário-geral da Presidência. Roma, óbvio, adorou.


 
Está tudo liberado?
 
A informação que circula nos bastidores do Democratas é que a legenda, presidida pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, deverá mesmo liberar os filiados com mandato para escolher qual presidenciável apoiar em seus estados em 2022. Conforme a Coluna Vixe deu na última semana, a avaliação da cúpula que dirige a legenda é que hoje "é mais interessante deixar os parlamentares livres, em vez de apoiar uma candidatura fixa à presidência da República". Até porque, isso beneficia diretamente o próprio Neto na Bahia. 
 
Fusão a passos largos 
 
Até então considerada uma mera especulação dos bastidores, a fusão entre o DEM e o PSL parece que começa a ganhar corpo. Há duas semanas o entendimento entre os partidos passou a ganhar novos contornos, por entenderem a importância de formar um super partido, podendo chegar a 80 deputados federais em Brasília. O PSL hoje tem 53 parlamentares. Já o DEM tem 28. Pelas contas dos caciques dos partidos, alguns nomes podem sair e outros podem chegar para integrar a nova legenda. Como chamariz para a próxima campanha, o novo partido terá dinheiro do fundo partidário e tempo de rádio e televisão, se tornando uma força não só nos estados mas em todo o país. 

 
Super bancada 
 
A expectativa, inclusive, é que o novo partido eleja a maior bancada na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. Pelo que se comenta hoje no DEM, ACM Neto, sendo realmente candidato, ajudará a eleger de nove a dez deputados estaduais e Elmar três. Na Câmara, sairia de 6 para 9 federais, após a junção dos partidos. 

 
Sete estados travam fusão 
 
Apesar de dirigentes do PSL e DEM terem a intenção de anunciar a fusão das siglas na próxima semana, a conversa nas cúpulas dos partidos esbarra em divergências em estados como Rio, São Paulo, Espírito Santo, Pernambuco Paraíba, Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. Por ter a maior bancada da Câmara, com 53 deputados, o que lhe garante a maior fatias do fundo eleitoral em 2022, o PSL deseja a presidência da futura sigla, que ainda não tem nome ou número definidos, mantendo controle sobre o caixa das campanhas. O ex-prefeito ACM Neto deve ficar como secretário-geral do partido e Luciano Bivar como presidente.
 
 
Mandetta será rifado
 
A fusão entre o DEM e o PSL pode levar, inclusive, ao consenso de que não será vantajoso lançar o nome do ex-ministro Henrique Mandetta como candidato a vice na chapa do pedetista Ciro Gomes, como era especulado. O mais provável é que o partido libere os parlamentares nos estados. Enquanto para ACM Neto a melhor estratégia é não se vincular a nenhum presidenciável, para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o melhor cenário é apoiar o atual presidente Jair Bolsonaro. Já para os filiados de São Paulo, o mais interessante é estar livres para apoiar a provável candidatura de João Doria pelo PSDB. Portanto, o cenário hoje é do libera geral.

 
E o PSDB?
 
Há quem diga também que o clima de "liberou geral" não agradaria o PSDB, tendo em vista que o DEM sempre marchou com os tucanos na disputa federal. Aqui na Bahia, por exemplo, os partidos têm uma relação harmoniosa e devem marchar unidos. Os tucanos, inclusive, sonham em ver o prefeito de Mata de São João, João Gualberto, como candidato a vice de ACM Neto. Se vai conseguir, aí já é outra história. A conferir.
 
 

 
Não encheu uma Kombi 
 
As manifestações esvaziadas contra o presidente Jair Bolsonaro do último domingo repercutiram demais na internet. Não foi o que se esperava nas ruas das 15 cidades do país. Em Salvador, por exemplo, um grupo liderado pelo Livres, Novo e MBL até tentou organizar uma manifestação no Farol da Barra, mas deu traço. A discussão após o ato no grupo de WhatsApp dos organizadores foi pra saber se havia mais ambulantes ou manifestantes. "Pela quantidade, dava em uma kombi", provocou um bolsonarista infiltrado no grupo, que logo foi rifado pelos administradores. "MBL + NOVO + PDT + etc. o famoso protesto que tinha mais siglas que gente. Fiasco", cutucou o também bolsonarista e vereador de Salvador, Alexandre Aleluia. 
 
Dia 02 vai ser diferente
 
O PT e outras legendas de esquerda, que não aderiram aos protestos do último domingo, já começaram a organizar uma manifestação contra o governo como resposta ao 7 de setembro e ao fracasso do dia 12. A direção do partido anunciou um ato contra Bolsonaro para 2 de outubro. "Dia 2 não vai ter manifestação home office. Se os liberais não conseguiram encher uma Kombi, nós vamos encher um Maracanã", alfinetou um petista.