Produtores de LEM destacam importância da FIOL para escoamento da produção de grãos

Para presidente da AIBA, Odacil Ranzi, ferrovia trará ganhos econômicos, ambientais e em segurança

Por Jones Araújo
13/08/2021 às 18h52
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Foto: Divulgação / AIBA
Foto: Divulgação / AIBA

Na safra 2019/2020, o município de Luís Eduardo Magalhães se consagrou o  maior exportador da Bahia, com 16,74% do volume total, o que representa US$ 1.281.454 anuais. Foram produzidas 569.904 toneladas de soja, 133.650 toneladas de milho e 78.024 toneladas de algodão. 

Para os produtores locais, a chegada da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) é necessária para o crescimento e melhoria dos processos de exportação. Para se ter uma ideia, é pelo modal rovoviário que se transporta  75% da produção nacional dos grãos, utilizando rodovias e estradas vicinais.

O presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), Odacil Ranzi, destaca que o transporte ferroviário é uma das melhores opções há décadas nos países mais desenvolvidos. "Isto demorou a entrar na pauta do Brasil, que é uma nação de grande potencial econômico e produtivo, que conta, majoritariamente, com o modal rodoviário", destaca o presidente da entidade.

A expectativa é que o primeiro lote da ferrovia seja concluído em dois anos. "O impacto da FIOL será muito positivo, porque vai incidir fortemente no custo da logística, no volume e no tempo em que as cargas serão despachadas. Há, ainda, nesse pacote, a redução dos acidentes nas estradas e o baixo impacto ambiental", pontua. 

O volume de grãos e fibra representa a maior parte do produto a ser exportado. Crédito: divulgação / AIBA

Produção

A produção agrícola grandiosa torna Luís Eduardo Magalhães a 7ª maior  cidade do estado, com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 6,2 bilhões. De acordo com Odacil Ranzi, a localidade cresceu em torno da produção agrícola e está cada vez mais diversificando os produtos, com a inserção da fruticultura e o fortalecimento da pecuária.

No entanto, o volume de grãos e fibra representa a maior parte do produto a ser exportado, com 10.186.530 toneladas, entre soja, que é o carro-chefe, milho e algodão. 

A pandemia do novo coronavírus não teve impactos significativos no processo produtivo, pela própria natureza da atividade agropecuária, que se desenvolve em áreas abertas e ambientes controlados. Apesar de pontuar a  ocorrência de alguns casos de Covid-19 em fazendas, Odacil diz que a pandemia foi bem controlada na região. Os positivados motivaram os empreendimentos a definirem regras mais rígidas de contenção do vírus.

"Os ambientes passaram a ter um controle maior, e isso contribuiu para a contenção do aumento das infecções pelo vírus. No oeste baiano, apesar do registro de casos de Covid-19 em áreas rurais, os produtores tomaram uma série de providências, como as restrições à entrada de pessoas em fazendas, o uso de álcool em gel e máscaras, a higienização de equipamentos e ambientes de trabalho e o distanciamento social sempre que possível", explica.

Bahia Farm Show

Se não afetou a produção, a pandemia deixou sua marca na "menina dos olhos" da região. A Bahia Farm Show, uma das maiores feiras de tecnologia agrícola do Brasil, não pode acontecer em 2020 e nem em 2021. O evento já está programado para acontecer de 31 de maio a 4 de junho do próximo ano.

"A Bahia Farm Show, maior evento agrícola do Norte-Nordeste, é um espelho da pujança do agronegócio na região Oeste da Bahia. Então, a impossibilidade de realizar a feira, nos últimos dois anos, trouxe uma sensação de perda não apenas econômica, para o setor, mas reduziu a difusão de conhecimento que ocorria nos fóruns e palestras, na interação da classe agropecuária, que aproveitava o ambiente da feira para conversar sobre a produção e no desenvolvimento de novas parcerias entre produtores, expositores e instituições que atuam no agronegócio", analisa o presidente da AIBA.

Bahia Farm Show é uma das maiores feiras de tecnologia agrícola do país