Vixe!! A candidatura de João Roma ao governo, a aposta arriscada de Ciro Nogueira e a mágoa de Rodrigo Maia

Todas às quartas, temos novidades da política, do empresariado e da cultura para que você entenda melhor "como a roda gira" nos bastidores

Por Osvaldo Lyra e equipe
11/08/2021 às 07h44
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Foto: Arte: Haron Ribeiro
Foto: Arte: Haron Ribeiro
O vexame de Bolsonaro e o voto dos baianos
 
A votação feita ontem à noite na Câmara Federal, que rejeitou a PEC do voto impresso e sepultou de vez o desejo do presidente Jair Bolsonaro de ter o voto auditável na próxima eleição, contou com o posicionamento  favorável de nove deputados federais da Bahia. Entre eles, Alex Santana (PDT), Cacá Leão (PP), Claudio Cajado (PP), Igor Kannário (DEM), Leur Lomanto Júnior (DEM), Márcio Marinho (Republicanos), Tia Eron (Republicanos), Tito (Avante) e Uldurico Júnior (PROS). 
 
Preferiram não votar 
 
Dos 39 deputados que compõem a bancada baiana, outros nove não estavam presentes na sessão. Cada um com sua desculpa, não declaram voto o pastor Abilio Santana (PL), os deputados Adolfo Viana (PSDB), Arthur Maia (DEM), Charles Fernandes (PSD), Elmar Nascimento (DEM), José Nunes (PSD), Pastor Sargento Isidório (Avante), Paulo Azi (DEM) e Ronaldo Carletto (PP). 
 
Os contrários
 
Já os que votaram contra o presidente Jair Bolsonaro formaram a maioria na Bahia, totalizando 21 parlamentares. Entre eles, estão Afonso Florence (PT), Alice Portugal (PCdoB), Antonio Brito (PSD), Bacelar (Podemos), Daniel Almeida (PCdoB), Félix Mendonça jr (PDT), Jonga Bacelar (PL), Jorge Solla (PT) e José Rocha (PL). Do PT teve ainda Joseildo Ramos (PT) Valmir Assunção (PT), Waldenor Pereira (PT) e Zé Neto (PT). Teve também os votos de Lídice da Mata (PSB), Marcelo Nilo (PSB), Mário Negromonte Jr (PP), Otto Alencar Filho (PSD), Paulo Magalhães (PSD), Professora Dayane Pimentel (PSL) e os quase desconhecidos Raimundo Costa (PL) e Sérgio Brito (PSD).
 
 

A aposta arriscada de Ciro Nogueira
 
 
Quem conhece de perto o novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, do PP, diz que ele negociou alto para assumir o comando de uma das pastas mais importantes da Esplanada dos Ministérios. Segundo informações chegadas de Brasília, Ciro, que é apontado como um dos mais influentes parlamentares do Congresso Nacional, não apostaria todo o seu know how em vão. "Ele, que transita por todos os ambientes, conversa com todo mundo, não arriscaria toda a sua trajetória política numa aventura. Se o Ciro aceitou ser ministro de Bolsonaro é porque ele tem a convicção de que será possível ajudar ao presidente e o seu governo", disse o vice-líder na Câmara, o baiano Jonga Bacelar, do PL, ao falar que o novo ministro chega com carta branca ao Palácio do Planalto, além de sustentar a bandeira da governabilidade, sobretudo, devido ao controle do Centrão. 
 
 

João Roma é candidatíssimo
 
No entorno do ministro da Cidadania, João Roma, ninguém mais tem dúvida de que ele será o candidato ao governo que defenderá o legado do presidente Jair Bolsonaro na Bahia. A ordem é que o ministro continue trabalhando para viabilizar obras e trazer recursos para cidades e prefeituras baianas, já que a disputa eleitoral só será colocada na pauta de discussão no próximo ano. "João será candidato ao governo sim", disse uma pessoa muito próxima ao ministro, ao enfatizar que ele tem se debruçado na busca por soluções para o novo programa social do governo, o Auxílio Brasil.
 
Movimentos políticos 

Como pré-candidato ao governo baiano, todos os passos do ministro João Roma passam a ser calculados como movimentações políticas. Até mesmo a entrevista concedida ao lado do presidente Jair Bolsonaro na rádio Brado, na segunda, foi apontada por apoiadores do Planalto como um movimento do presidente da República para fortalecer seu pré-candidato na Bahia. A informação é que o próprio Bolsonaro teria ligado para Roma, para convidá-lo para a entrevista. A estratégia visava aparar as arestas e diminuir as resistências dos mais inflamados bolsonaristas, que ainda mantêm aversão ao nome de Roma. A avaliação do Planalto é que a presença dos dois serviu para atrair a atenção do eleitorado raiz do presidente, com boas perspectivas para o pleito de 2022. 

 
Roberta ganha 
 
Quem ganha com todo esse movimento é a esposa do ministro João Roma, Roberta Roma, que continua pavimentando sua candidatura a deputada federal. "Estamos na fase de conversas e entendimentos, engrossando o caldo", como diz um aliado do casal, ao destacar o aumento das viagens e reuniões políticas no interior da Bahia.  

 
Não há ciumeira 
 
Na seara bolsonarista há um entendimento hoje de que o ministro João Roma é o que mais agrega na candidatura bolsonarista ao governo da Bahia. O vereador de Salvador, Alexandre Aleluia, ainda no Democratas, chegou a despontar como um dos nomes ao governo estadual, mas o entendimento geral passou a ser que ele pode conquistar um mandato de deputado federal em Brasília, assumindo assim, o espólio do pai, o ex-deputado José Carlos Aleluia. Já a secretária de Saúde de Porto Seguro, Raissa Soares, pode ser alçada à condição de candidata a vice de Roma ou ainda na vaga ao Senado. A expectativa é que até março do próximo ano o cenário esteja totalmente definido. A conferir. 
 
 

Maia, magoado e com rancor
 
Fontes da coluna Vixe garantiram essa semana que teria partido do ex-presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, a informação de que o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, teria fechado um acordo com o presente Jair Bolsonaro para a eleição de 2022. Segundo a coluna de José Casado, na revista Veja, o presidente nacional do Democratas estaria fazendo as pazes com o presidente da República. A estratégia de Maia teria o único objetivo de desgastar ACM Neto, sobretudo, nacionalmente.  

 
Aproximação rechaçada 
 
A tese de aproximação com o Planalto foi rechaçada de forma veemente por ACM Neto. Ele sabe que uma aliança com Bolsonaro no primeiro turno é extremamente negativa para ele na Bahia. Já no segundo turno... Tanto que o próprio presidente da República evitou fechar portas para o democrata numa eventual segunda fase do pleito. Em entrevista à rádio Brado, ele disse que "não fechava portas", num indicativo de que os laços possam ser estreitados no segundo turno de 2022.
 
 

O martelo do 25
 
Ânimos quentes no retorno das sessões presenciais na Assembleia Legislativa da Bahia. Durante seu discurso ontem, o deputado estadual Jacó, apontado como um petista raiz, mandou o ex-prefeito de Salvador e atual presidente nacional do Democratas, ACM Neto, "preparar o lombo" junto com seus apoiadores da bancada de oposição "para a paulada" que iriam tomar do PT na eleição de 2022. Imediatamente, o deputado estadual Alan Sanches, da tropa de choque do DEM, revidou, afirmando que o nobre parlamentar petista não sabia o que dizia. "Vossa excelência não sabe o que fala. Vocês vão precisar engrossar as costas de vocês, pois nossa marreta do 25 está preparada para trabalhar e dar na cabeça do PT", disparou o aliado de Neto. Pelo que se viu ontem no parlamento estadual, os ânimos prometem ficar bem quentes até a próxima eleição. 
 
 
Ouvidoria eleitoreira 
 
Informações chegadas à coluna Vixe deram conta, nos últimos dias, que o ouvidor-geral da Prefeitura, Jean Claydson de Almeida Sacramento, e o seu braço direito, o coordenador Max Cardoso Campos, transformaram a Ouvidoria Geral do Município num verdadeiro comitê eleitoral, de olho na disputa de 2022. Pretendendo sair candidato a deputado federal, o ouvidor de Salvador recebe lideranças comunitárias com frequência e não se intimida em assediar moralmente os servidores do órgão, visando seus próprios interesses políticos. Abra o olho, prefeito Bruno Reis. Já tem vereador do outro lado da praça Municipal acompanhando de perto as movimentações do ouvidor.  
 
 
 
 
A inveja é irmã do poder
 
Conhecidos plantadores de notícia do PT têm se arvorado em atacar o presente estadual do partido, Éden Valadares. Na cúpula petista, não se sabe se o alvo é o próprio Éden ou o seu padrinho político, o senador Jaques Wagner. Tem muita gente de olho na turma que não tem voto mas adora plantar a discórdia. 
 
 
 
Nesse angu tem caroço
 
O encontro "casual" do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (sem partido) e do vice-governador de São Paulo, Rodrigo García (PSDB) tem deixando muitos com uma pulga atrás da orelha. Ninguém sabe de fato o que foi tratado na conversa, regada a bons drinks. Apoiadores do Planalto apostam, no entanto, que o tema central foi o presidente da República e a notícia-crime apresentada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na segunda-feira (9), contra Bolsonaro. A verdade é que isso são apenas elucubrações das redes sociais, já que o teor da conversa não foi divulgado. 
 
Assuntos republicanos ou conspiração? 
 
Há ainda quem diga que a conversa não tenha sido tão republicana assim e que o objetivo teria sido buscar formas de desgastar ainda mais o presidente da República. Moraes, inclusive, é relator do inquérito das fake news no STF, que apura a disseminação de conteúdo falso na internet e ameaças a ministros do Supremo - um dos principais alvos da investigação é Jair Bolsonaro. "Independente de qualquer ideologia, um ministro tendo encontros com políticos é por si só um absurdo", avalia um apoiador do presidente na Bahia. 
 
 

Mais uma ameaça
 
Depois de desferir impropérios contra o ex-prefeito ACM Neto, o vereador Átila do Congo, do Patriota, resolveu voltar sua artilharia contra o prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), chegando até mesmo a ameaçar romper com o atual mandatário do Palácio Thomé de Sousa. Átila foi às redes sociais, na semana passada, para reclamar de uma visita do prefeito ao Subúrbio Ferroviário. "Engraçado que esteve no bairro que nasci e me criei prefeito Bruno Reis e esqueceu de avisar! Sou adversário ou da base? Veja e me diga para me posicionar na Câmara!", escreveu, na legenda de um dos posts de Bruno. Pelo visto, o clima continua tenso, já que essa não foi a primeira vez em que o vereador subiu o tom contra a gestão da capital. Com um aliado desse.