EUA oferece maconha e dinheiro para quem se vacinar

O desafio agora é atingir a parcela da população que não quer se vacinar ou os que têm dificuldades de acessar os locais de imunização

Por Redação
08/05/2021 às 16h07
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Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

Os EUA acelerou a vacinação contra a Covid-19 em março e abril, com recorde de 4 milhões de pessoas imunizadas por dia, mas o país tem registrado uma queda nos números de imunização. O problema não é a oferta de vacinas, e sim a demanda, algo que autoridades e o setor privado tentam contornar.

O desafio agora é atingir a parcela da população que não quer se vacinar ou os que têm dificuldades de acessar os locais de imunização.

Diante a este cenário, os incentivos oferecidos por empresários e governos locais nos EUA para que a população se vacine contra a doença não param de crescer. Cerveja, desconto no supermercado, em restaurantes premiados, donuts grátis até o ano que vem, ingresso para jogo de beisebol, flores, cigarro de maconha, sorteio de um Chevrolet Camaro ou dinheiro, são ítens oferecidos.

Na primeira quinzena de abril, os EUA imunizaram, em média, 3,38 milhões de pessoas por dia. O número caiu para 2 milhões nesta semana. O país conseguiu aplicar ao menos uma dose em 150 milhões de pessoas, o equivalente a 57% dos adultos e 45% da população total.

Para que mais pessoas busquem a imunização, novas estratégias dos governos federal e estaduais tentam facilitar o acesso à vacina. Muitas cidades deixaram de lado o sistema de agendamento adotado anteriormente para permitir a aplicação de doses em qualquer cidadão, sem horário marcado. Os centros de vacinação em massa - normalmente em estádios, grandes escolas ou outlets, distantes das cidades - têm sido desativados para privilegiar farmácias e clínicas de saúde rurais. A ideia é aumentar a capilaridade e aproximar os locais de vacinação das pessoas.

O governo federal também ofereceu crédito fiscal para empresas concederem folga remunerada aos funcionários que precisam do dia livre para receber a vacina - ou para lidar com efeitos adversos. Cerca de mil empresas já aderiram.

Mas essas mudanças não atingem cerca de um terço da população que simplesmente não quer se vacinar, por crença ou desconfiança. Levantamento feito pela organização Kaiser Family Foundation aponta que 6% dos americanos afirmam que só irão se vacinar se forem obrigados, 13% dizem que "definitivamente" não irão se vacinar e 15% vão "esperar para ver" antes de decidir. A resistência de parte dos americanos coloca em risco o sucesso da estratégia de imunização do país.

Iniciativas locais tentam convencer ao menos a parcela dos que ainda estão abertos à ideia de se vacinarem. Algumas foram anunciadas pelos especialistas que comandam o combate à pandemia em nome do governo Biden, como descontos em redes de supermercado de até 10% para vacinados.

Em farmácias como a CVS, a compra ficará 5% mais barata. Ligas esportivas, como a NFL, de futebol americano, e a MBL de beisebol, concordaram com sorteio de ingressos, programas de vacinação nos estádios e descontos nos produtos licenciados. Em Nova York, quem se vacinar no estádio dos Yankees ou no do Mets em dia de jogo de beisebol ganhará a entrada, segundo o governador Andrew Cuomo. E quem já estiver vacinado poderá sentar em uma ala do estádio sem restrições, onde torcedores podem aglomerar com os amigos. Os que não receberam o imunizante continuarão em seções com distanciamento.

Com informações do A Tarde.