Dia do Café: Após safra recorde em 2020, Bahia terá queda na colheita deste ano

Presidente da Assocafé-Ba, João Lopes, diz que a meta do cafeicultor baiano é se estruturar para o ano que vem

Por Francisco Artur
14/04/2021 às 16h05
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Foto: Reprodução/Embrapa
Foto: Reprodução/Embrapa

Seja puro, com leite, com açúcar, adoçante, ou sem nenhum aditivo, o hábito de consumir café é parte da cultura brasileira há quase 300 anos. No Dia Mundial do Café, 13 de abril, além de falar sobre os prazeres da bebida, o Portal M! quis ouvir  os produtores. Afinal, como anda a produção baiana?

Representante da cafeicultura produzida nas regiões da Chapada Diamantina, Vitória da Conquista e no extremo sul e oeste do estado, o presidente da Associação de Cafeicultores da Bahia (Assocafé), João Lopes, estaria satisfeito com a produção do fruto - como em 2020, em que a Bahia teve safra recorde de café - mas calcula que este ano o cenário será de instabilidade.   

"O café tem passado por uma fase difícil, com preços baixos e uma oscilação no mercado, que preocupa o produtor. Nesse ano ainda, tivemos falta de chuva, apesar de não ter grandes prejuízos, mas vem preocupando o produtor", afirmou o presidente da Assocafé. 

Ainda quanto às justificativas para um ano ameno na produção de café na Bahia, João Lopes também criticou as medidas restritivas contra a pandemia de coronavírus, impostas pelo prefeito de Itamaraju, Dr. Marcelo (PSDB), que proibiu a colheita de café no município.

João Lopes é presidente da Assocafé

Olhar para o futuro


Mesmo com o cenário de possíveis baixas na cafeicultura baiana para 2021, João Lopes mostra-se otimista para o desenvolvimento do setor nos próximos anos. Como argumento, ele cita o aumento no consumo da bebida no mundo e a consistência na produção de café na Bahia.

"Não é para desanimarmos, mas sim aproveitar o momento para ter cautela, investir em tecnologia para otimizar a produção e se preparar para o ano que vem. Vemos o consumo crescendo e temos um futuro pela frente", projetou João Lopes. 

No mundo, o consumo de café cresce cerca de três milhões de sacas todos os anos, de acordo com a consultoria de Cogo (Inteligência em Agronegócio). Só no ano passado, a Bahia já exportou mais de 60 mil sacas de café principalmente para os Estados Unidos e o Japão, conforme disse João Lopes em podcast publicado pelo Portal M!.