"A Fiol será uma locomotiva de desenvolvimento para a Bahia", diz João Leão sobre Ferrovia Oeste-Leste

O leilão de trecho da Ferrovia ocorreu na tarde desta quinta-feira, na Bolsa de Valores, em São Paulo; a mineradora Bamin arrematou a concessão, no valor de R$32,730 milhões

 

Por Francisco Artur
08/04/2021 às 18h46
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Foto: Elói Corrêa/ GOVBA
Foto: Elói Corrêa/ GOVBA

Após o leilão da subconcessão do primeiro trecho da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol) - que corresponde por 537 quilômetros entre as cidades de Ilhéus e Caetité - o secretário de Desenvolvimento Econômico e vice-governador da Bahia, João Leão, projetou que o modal servirá de locomotiva para o avanço do agronegócio no estado. 

"A Fiol será uma locomotiva de desenvolvimento da Bahia e agora vai rodar, carregando minério, soja, melhorando as condições de Ilhéus à Caetité - que vai se transformar em uma grande cidade em função da mineração -, além de Barreiras, um dos principais polos do agronegócio no estado. Essa ferrovia trará ainda mais progresso", afirmou Leão, nesta quinta-feira (8).

O leilão do trecho da Ferrovia EF-334/BA aconteceu na tarde desta quinta-feira, na Bolsa de Valores, em São Paulo. O arremate foi feito pela Bahia Mineração (Bamin), no valor de R$32,730 milhões. O trecho 1 já tem mais de 80% concluído, com previsão de conclusão em 24 meses.

Com o trecho 2, que chegará até Barreiras, a ferrovia funcionará como um corredor de escoamento de minérios do sudoeste baiano e da produção agrícola que vem do oeste, levando toda esta carga para o Porto Sul, uma das principais obras estruturantes realizadas pelo Governo da Bahia.  

De acordo com o presidente da Companhia Baiana de Produção Mineral (CBPM), Antonio Carlos Tramm, a mineração, através da Bahia Mineração (Bamin), vai garantir a carga inicial da Fiol.

"Se considerarmos as jazidas minerais já localizadas e identificadas na região de Caetité, além de todo o trabalho de prospecção que a companhia está fazendo nos 100 km no entorno dos trilhos, mais o transporte da produção do agronegócio que virá de Barreiras, vamos ver que rapidamente haverá necessidade de ampliar a sua capacidade de transporte. Além de transportar riquezas, os trilhos da ferrovia vão facilitar a implantação de internet via fibra óptica nos 30 municípios que ela cruza, levando desenvolvimento e progresso ao interior do nosso estado", avaliou o empresário. 

Porto Sul

Relação direta com o Porto Sul, que está sendo contruído no distrito de Aritaguá, em Ilhéus, a Fiol irá transportar a produção de minérios e de grãos até o porto para que as cargas sejam distribuídas. 

As obras já foram iniciadas desde novembro de 2020, e conta com a construção da ponte rodoviária sobre o Rio Almada, que terá acessos pela BA-001 e BA-262 e inclui a construção de vias, instalação de sinalização, implantação de redes elétrica e de água, entre outras ações. 

O avanço físico da obra, até 30 de março de 2021, é de 18,45%. Esta primeira fase contempla as construções de todas as estruturas viárias internas que devem ser concluídas em 2022.

No mês de julho está prevista o início da obra de construção da parte marítima. Atualmente, gera 400 empregos diretos e, quando alcançar o pico, outros 1.200 postos de trabalho indiretos serão gerados, tendo ainda todas as licenças ambientais necessárias para a evolução.

O secretário de infraestrutura do Estado, Marcus Cavalcanti, diz que a Fiol e o Porto Sul vão proporcionar uma mudança não só para o desenvolvimento econômico do estado, mas também na infraestrutura rodoviária da Bahia.

"A ferrovia é um avanço da estrutura logística não só do estado, mas do Brasil. A construção dos empreendimentos provocará alterações importantes de rodovias já existentes e a necessidade de implantação de outras. Além disso, vai reduzir o fluxo de cargas pesadas nos corredores rodoviários".