Fiocruz diz que variantes mais preocupantes do coronavírus já prevalecem em seis estados

Foram avaliadas mil amostras de Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina

Por Redação
04/03/2021 às 21h45
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Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

Análise feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em oito estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do País constatou a prevalência das variantes mais preocupantes do coronavírus em pelo menos seis deles.

O dado, obtido a partir de uma nova ferramenta de análise genética, indica que há uma dispersão geográfica dessas variantes nos estados, assim como uma alta prevalência em todas as regiões avaliadas.

Segundo a  Fiocruz, foram avaliadas mil amostras dos estados de Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A ferramenta usada é capaz de detectar a mutação no vírus, que é comum nas três variantes que mais vêm preocupando o mundo atualmente - a P.1, identificada inicialmente no Amazonas; a B.1.1.7, originária no Reino Unido; e a B.1.351, da África do Sul.

A análise não mostra exatamente qual é a variante, mas a ocorrência da mutação, o que já serve como indicativo de que o vírus circulante mudou. As três são chamadas de "variantes de preocupação" ou VOCs, na sigla em inglês, e já são associadas a uma maior transmissibilidade.

Também há indícios de que elas são capazes de escapar de anticorpos gerados em infecções anteriores, possibilitando a reinfecção.

Dos seis estados, somente nas amostras de Minas Gerais e Alagoas a presença da mutação ocorreu em menos da metade das amostras - respectivamente 30,3% e 42,6%.

Os estados em que elas mais aparecem são Ceará (71,9%) e Paraná (70,4%). A situação nos demais é: Pernambuco (50,8%), Rio (62,7%), Rio Grande do Sul (62,5%) e Santa Catarina (63,7%).

O novo protocolo de RT-PCR já havia sido testado em janeiro, em 500 amostras do Amazonas, onde a taxa de prevalência da variante foi de 71%.

Diante deste quadro, a Fiocruz reforça a necessidade de serem adotadas as medidas recomendadas no início da semana pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), como a adoção imediata de lockdown nos estados em que a ocupação dos leitos de Covid-19 tenha alcançado mais de 85%, além da aceleração da oferta de vacinas.

 

* Com informações do Estadão.