"É algo inimaginável para quem nunca foi ou só vê pela TV", diz Alice Frazão sobre o Carnaval de Salvador

Turista do Rio curte folia baiana desde 1997; ela diz ter fama de pé quente: 'todas as amigas que vêm comigo, amam'

Por Francisco Artur e Yuri Abreu
15/02/2021 às 10h07
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Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Para sentir de verdade o Carnaval de Salvador é preciso estar no meio da agitação, não importa se em camarote, dentro do bloco ou na pipoca. Do sofá de casa, vendo pela TV, a sensação nem de longe é a mesma, ainda que muitos sejam instigados, através da telinha, a vir à capital baiana em fevereiro para captar um pouco desse espírito.

Quem já tem muito desse "We Are Carnaval" nas veias é a carioca Alice Frazão, de 37 anos, que desde 1997 faz questão de vir à Salvador curtir a folia de Momo. As lembranças são várias, entre elas a ter saído sozinha no bloco Camaleão e percebido, quando esteve na Timbalada, um lado menos comercial da folia baiana.

"O que mais deixa impressionada é a mistura. Gosto da pipoca, mas tenho condições de curtir um camarote, um bloco. Desses lugares, consigo ver de tudo, desde o catador de latinha que consegue se divertir até um gringo que parecer estar perdido no meio do mar gente, mas adorando aquilo tudo. É muita felicidade. Você vê a alegria das pessoas, mesmo condições adversas", relata.

Nascida no Rio, mas filha de pai baiano, oriundo de Canavieiras, no sul do estado, Alice conta ter fama de pé-quente junto aos amigos.

"Muitas das minhas amigas dizem que fui eu quem as introduzi na festa e cada ano levo uma diferente. Em 2019, levei meu namorado, pai da minha filha, que é do Mato Grosso do Sul, de uma cultura sertaneja, mas que se apaixonou pela festa. O Carnaval é algo inimaginável para quem nunca foi ou só vê pela TV", afima Alice.

Em 2020, ela não pode vir, justamente pelo fato de ter tido a filha em novembro do ano anterior. A volta triunfal ao Carnaval seria em fevereiro deste ano, mas a pandemia de Covid-19 fez com que os planos tivesse que ser alterados.

"Eu já até tinha programado tudo, ia levar minha mãe comigo para me ajudar a cuidar da minha filha e também curtir um pouco a festa, mesmo que de uma maneira diferente. Para esse ano, restou assistir a live de Bell [que ocorreu no último domingo, 14], com todas as amigas de abadá, através de vídeochamada. Sair de casa é que não vai dar", resigna-se.

Contudo, a expectativa dela é a de que esse retorno para o Carnaval de Salvador ocorra exatamente em 2022. "Com certeza pretendo ir. Já estava tudo comprado. O que aconteceu apenas foi um adiamento", comentou Alice Frazão.