Infectologista baiano critica falta de liderança no Ministério da Saúde na condução da pandemia
Pesquisador da FioCruz e professor na UFMS, Júlio Croda também recomendou evitar aglomeração nas festas de fim de ano
- Compartilhe
Enquanto países como Reino Unido e Estados Unidos aprovam o uso emergencial de vacinas contra a Covid-19, o Brasil ainda aguarda uma resposta dos laboratórios Pfizer e Biotech sobre disponibilidade de entrega de imunizantes no país ainda em dezembro.
Em entrevista ao Podcast do Portal M!, o infectologista baiano Julio Croda disse que faltou liderança no Ministério da Saúde para organizar uma campanha de vacinação eficiente, na perspectiva que a pasta apostou em poucos laboratórios de vacinas contra o novo coronavírus.
"Falta liderança no Ministério da Saúde na condução da pandemia e da vacinação. Enquanto outros países fecharam acordos múltiplos com laboratórios, o Brasil só fez uma única aposta [a vacina de Oxford e Astrazenica]. Isso, com certeza, contribuiu para a situação atual, em que outros países iniciam a campanha emergencial e o Brasil fica atrás", disse o infectologista.
Pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Julio também apontou a falta de liderança na pasta da Saúde como geradora de um vácuo em que possibilitou o destaque de figuras políticas de estados e municípios.
"Diante dessa situação, é justo que os estados e municípios apareçam para responder a essa demanda da vacina. Seria a única alternativa para a população, porque falta liderança no Ministério da Saúde", disse, em alusão à vacina Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan e o laboratório Sinovac. A distribuição deste imunizante terá parceria com o governo de São Paulo.
No podcast, Júlio Croda também alertou sobre o avanço no número de casos da Covid-19 no Brasil. Ao recusar o uso da expressão "2ª onda da doença", o infectologista esclareceu que o país vive um "aumento de casos que pode nos deixar próximo do pior momento da pandemia".
Diante desse fenômeno, Julio enfatizou a necessidade de manter os cuidados sanitários nas reuniões de fim de ano. "É importante que se evite aglomerações. Então, na reunião de fim de ano, é bom evitar que haja mais de 10 pessoas no ambiente", concluiu.
Você pode ouvir o podcast com Julio Croda, cliclando no link abaixo: