Cientistas da UFRJ pedem passo atrás na flexibilização no Rio após alta de casos

Os especialistas ressaltam que declarações de autoridades afirmando que não haverá recuo na flexibilização agravam o problema

Por Redação
01/12/2020 às 15h40
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Foto: Agência Brasil
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O avanço da pandemia de coronavírus no Rio de Janeiro levou pesquisadores do Grupo de Trabalho Multidisciplinar para o Enfrentamento da Covid-19, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a recomendarem medidas urgentes para conter o número de de casos, óbitos e internações verificado em novembro. O número de vagas de leitos já não é suficiente para quantidade de pacientes infectados pelo vírus que chegam nos hospitais.

A ampliação do número de leitos e da testagem, o fechamento das praias, a suspensão de eventos e a limitação do horário de funcionamento dos estabelecimentos, com fiscalização rigorosa estão entre as orientações.

"No Brasil, assistimos ao aumento acelerado de casos, sem ter ocorrido o término da primeira onda. Os dados sugerem uma nova onda sobrepondo-se à primeira. Isso torna  o problema mais grave e complexo. A população está há mais de oito meses com restrições de mobilidade. No entanto, muitos, especialmente os mais jovens, têm se aglomerado em festas, bares, praias e outros eventos sociais. O processo eleitoral, fundamental à democracia, também gerou aglomerações. Atualmente, a mobilidade no estado do Rio de Janeiro tende a se aproximar daquela de antes da decretação do  isolamento social", avalia nota técnica assinada pelo grupo.

Os especialistas ressaltam que declarações de autoridades afirmando que não haverá recuo na flexibilização agravam o problema.

Ainda como recomendações, eles incluem a avaliação de um decreto de lockdown [confinamento rigoroso] caso o cenário epidemiológico da doença se mantenha ou se agrave. Os cientistas consideram que a situação do município do Rio é muito preocupante, já que há um aumento sustentado de casos desde 10 de outubro. O documento acrescenta que o número de testes positivos de covid-19 no Centro de Triagem e Diagnóstico (CTD) da UFRJ também cresceu de forma sustentada desde outubro.

*Com informações da Agência Brasil