Grupos ligados a diferentes setores e ONGs vêem responsabilidade de Bolsonaro em venda irregular de madeiras

Movimento havia apresentado ao governo federal conjunto de seis propostas para deter o desmate na Amazônia

Por Redação
20/11/2020 às 14h45
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Foto: Divulgação/Semas Pará
Foto: Divulgação/Semas Pará

Um movimento composto por 262 representantes ligados às áreas do meio ambiente, agronegócio, setor financeiro e academia, denominado de Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, afirmou que o governo brasileiro é um dos principais responsáveis pela criminalidade que domina o mercado de madeira no País, dada a fragilidade das fiscalizações que o poder público realiza no setor. 

De acordo com o jornal Estado de S.Paulo, o grupo apresentou ao governo federal, em setembro, um conjunto de seis propostas para deter o desmatamento na Amazônia. Porém, agora, eles vão encaminhar uma carta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), além dos ministérios da Agricultura, Meio Ambiente, Economia e Ciência e Tecnologia. As propostas chegarão ainda às mãos de líderes e parlamentares da Câmara e do Senado, ao Parlamento Europeu e embaixadas de países europeus.

No documento, os representantes lembram que estudos recentes mostram que mais de 90% do desmatamento no País é realizado ilegalmente e que a exploração florestal tem índices parecidos. O maior obstáculo para mudar a realidade do setor, afirmam, "é a insegurança jurídica causada pela falta de fiscalização e comando e controle pelo Estado"

"Nesse cenário de ilegalidade, o Brasil perde uma enorme oportunidade, não apenas de garantir um ambiente de negócios no qual a lei é de fato aplicada, mas de promover uma economia que gere benefícios muito além do econômico, como, por exemplo, os modelos de concessão florestal, que viabilizam a produção de madeira enquanto preservam a cobertura vegetal e geram empregos verdes" declaram as instituições e empresas.

"O Brasil só vencerá o comércio ilegal de madeira se todos assumirem sua responsabilidade. É preciso destacar o papel crucial do poder publico, já que empresas e investidores não têm - e nem deveriam ter - poder de polícia para lidar com invasões, roubo de madeira e outras ilicitudes que contaminam a cadeia de produção, atingindo os mercados nacional e internacional, e ainda reforçam outras atividades ilegais", afirma a coalizão.