Pesquisa da OMS conclui que Remdesivir tem pouco ou nenhum efeito sobre mortalidade por Covid-19

Até agora, o Remdesivir era o único medicamento que parecia ter efeitos específicos para o coronavírus

Por Redação
16/10/2020 às 14h50
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Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

Pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgada na quinta-feira (15), apontou que o antiviral Remdesivir tem "pouco ou nenhum efeito sobre a mortalidade de pacientes hospitalizados" com a Covid-19. Além disso, a droga parece não ajudar os doentes a se recuperar mais rápido.

De acordo com informações da CNN, a OMS diz que essa é uma "evidência conclusiva" e as descobertas são decepcionantes.

Até agora, o remdesivir era o único medicamento que parecia ter efeitos específicos para o coronavírus. Era também a única droga com Autorização de Uso de Emergência para Covid-19 da Food and Drug Administration, agência americana similar à Anvisa.

O estudo revisou o remdesivir e três outros medicamentos: hidroxicloroquina, lopinavir / ritonavir e interferon. Nenhum deles prolongou a vida dos pacientes ou os fez sair do hospital mais cedo.

O ensaio foi capaz de gerar evidências conclusivas sobre o impacto dos medicamentos na mortalidade, na necessidade de ventilação e no tempo de internação, segundo a OMS.

"Para cada medicamento do estudo, o efeito sobre a mortalidade foi decepcionantemente pouco promissor", disse o comunicado da organização.

Em abril, um estudo controlado sobre remdesivir nos Estados Unidos mostrou evidências de que ele reduz o tempo de recuperação em cerca de um terço em adultos gravemente enfermos com Covid-19, mas pouco faz para ajudar aqueles com casos mais leves.

O presidente Trump recebeu remdesivir por cinco dias como parte de seu tratamento da Covid-19, disse um dos médicos que o tratou em 3 de outubro.

"Estamos analisando o que vem por aí. Estamos analisando anticorpos monoclonais, imunomoduladores e algumas das drogas antivirais mais novas que foram desenvolvidas nos últimos meses", disse Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS.