ARTIGO: Gravidez na adolescência é uma questão de saúde pública

Por Pedro Godinho*
26/09/2020 às 08h00
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Foto: Diretoria de Comunicação/CMS
Foto: Diretoria de Comunicação/CMS

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente dados preocupantes com relação à gravidez precoce na Bahia. Segundo a pesquisa feita pelo instituto, a cada 15 minutos nasce um bebê de uma mãe adolescente na Bahia. Esse número corresponde a uma análise de cenário dos últimos dez anos.  

De acordo com o IBGE, na última década, nasceram 113 bebês por dia na Bahia de mães com idades entre 10 e 19 anos.

Entre 2010 e 2019 foram registrados 413.167 nascidos vivos de mães adolescentes na Bahia. 
Enquanto a média de nascidos vivos de mães com idade de 10 a 14 anos na Bahia é de seis por dia, entre as meninas de 15 aos 19 surge o índice de impressionar que citamos no começo desse artigo: nasceu um bebê a cada 15 minutos nos últimos dez anos.

A pesquisa apontou ainda que em 2020, até agosto, já são 17.656 bebês de mães adolescentes no Estado.

É chocante perceber que esses dados retratam uma realidade. São crianças tendo crianças, renunciando à sua juventude, interrompendo o desenvolvimento, forçando uma maturidade sem a experiência adequada, evadindo do ambiente escolar e ampliando cada vez mais o abismo da desigualdade social. 

Este é um problema social, é uma questão de saúde pública e, portanto, é dever dos líderes políticos se debruçarem sobre esta causa que a cada censo se revela mais urgente.

Tenho como uma das principais bandeiras de atuação na vida pública o Planejamento Familiar. Esse viés, se discutido e implementado como política de estado, pode, através da orientação, acolhimento e informação, frear os índices de casos de gravidez na adolescência. 

Já apresentei à Câmara Municipal de Salvador (CMS) um Projeto de Indicação que sugere à Prefeitura a criação da campanha de combate à gravidez infantil nas escolas municipais, com o objetivo de implantar programas que, através da instrução e assistência, promovam a conscientização da importância do Planejamento Familiar.

O Estado precisa priorizar essa pauta, mas a abordagem deve ser através de políticas públicas de conscientização, aliando estratégias de saúde e educação. Com a realização de palestras com acadêmicos e técnicos sobre o tema, além de distribuição de material informativo .

E que seja estendida também para as redes sociais, pois é o meio dos jovens se comunicarem e terem acesso às informações.

Conscientizar e freiar a gravidez na adolescência. Eis o desafio

* Pedro Godinho - ex-presidente da Câmara de Salvador e candidato a vereador pelo DEM.

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