Em inquérito sobre caixa 2, Justiça bloqueia R$ 11,3 milhões de Geraldo Alckmin

Ex-governador de SP responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Por Yuri Abreu
05/08/2020 às 12h53
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A Justiça Eleitoral determinou o bloqueio dos bens do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e mais dois acusados em um processo sobre doações ilegais de campanha. A decisão foi do juiz eleitoral de São Paulo, Marco Antonio Martin Vargas estabeleceu o sequestro de valores em contas bancárias e imóveis no valor de R$ 11,3 milhões.

De acordo com a Agência Brasil, o montante corresponde ao que o Grupo Odebrecht repassou, segundo as investigações, ilegalmente às campanhas eleitorais de Alckmin em 2010 e 2014. 

Conforme o inquérito da Polícia Federal (PF), as informações foram repassadas por executivos do grupo empresarial em acordos de delação premiada e depois confirmadas com apreensão dos registros dos sistemas de comunicação interna da empresa.

No processo, constam extratos bancários que indicam que, entre abril e outubro de 2014, o grupo repassou ilegalmente R$ 9,3 milhões para as campanhas de Alckmin em onze pagamentos, através de um esquema que envolveu doleiros e empresas offshore. 

Em 2010, o ex-governador recebeu, ainda segundo a investigação, R$ 2 milhões, também fora da contabilidade oficial de campanha, o que configura o chamado caixa 2. Na Justiça, Alckmin responde por corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro.

A defesa do ex-presidenciável em 2018 ainda não se manifestou.