Fabíola Mansur diz que tratativa para filiar Igor Kannário no PSB foi uma "surpresa desagradável"

Parlamentar afirmou que a decisão precisa ser debatida democraticamente para que tenha uma solução conjunta

Por Larissa Nunes e Osvaldo Lyra
12/04/2024 às 13h44
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Foto: Arquivo / Portal M!
Foto: Arquivo / Portal M!

A deputada estadual Fabíola Mansur (PSB) criticou, na manhã desta sexta-feira (12), a filiação do ex-deputado federal Igor Kannário à legenda. Em entrevista ao Portal M!, a parlamentar demonstrou descontentamento com a chegada do cantor ao partido.

"Vejo como uma surpresa desagradável. Eu soube pela imprensa, sem passar pelas instâncias municipais presididas pela Cássia Magalhães e, com certeza, um pragmatismo eleitoral. Uma matemática constrangedora pra quem é uma militante histórica do PSB, e suas bandeiras históricas das lutas por igualdade, das lutas pelas mulheres e todas as lutas que o PSB representa com o partido esquerda de centro-esquerda. Não faço parte da Executiva Municipal. Teve uma reunião na qual discutiu democraticamente e 14 membros da Executiva Municipal foram contra, 14 a 2, e esse assunto vai ser levado à Executiva Estadual", declarou Fabíola durante sessão especial na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) para entrega da Comenda 2 de Julho ao deputado federal Leo Prates (PDT).

Na quinta-feira (11), o Partido Socialista Brasileiro na Bahia (PSB-BA) informou, por meio de nota, que não houve desfiliação do cantor da legenda.

Segundo o informe, o ingresso do ex-vereador e ex-deputado federal à legenda ocasionou a "concordância de uns" e a "discordância de outros". Apesar disso, o partido reitera que "não houve consumação do processo de desligamento de Kannário do PSB".

Para Fabíola, a decisão precisa ser debatida democraticamente para que tenha uma solução conjunta, "e que o pragmatismo eleitoral dentro do partido precisa ter limites".

"Eu me filiei no PSB pelo seu histórico, pelas suas bandeiras de luta, pela história de Miguel Arraes, de Eduardo Campos, de Lídice da Mata e até de Fabíola Mansur. A gente tem que ter preocupação e fazer um esforço coletivo de eleger quem representa essas bandeiras. O que não pode é na calada da noite, filiar pessoas que não se coadunam com essas bandeiras, independente de quem seja. Esse pragmatismo eleitoral, tem limites, e esses limites foram ultrapassados. Os limites da razoabilidade, da história do nosso partido. E, para mim, eu estou constrangida. Isso tem que ser debatido democraticamente para que a gente tenha uma solução conjunta, porque assim fazem os partidos democráticos", afirmou a deputada.

 

Confira entrevista completa: