Eleições 2024:152 mi eleitores vão escolher 5.568 prefeitos no Brasil

Também serão escolhidos cerca de 58 mil vereadores em todo país e deve repetir queda de braço entre Lula e Bolsonaro

Por Raiane Veríssimo
06/01/2024 às 16h00
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Foto: José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil

As eleições municipais no Brasil, neste ano, promete mais uma vez repetir a queda de braço entre os grupos do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao todo, 152 milhões de eleitores devem ir às urnas para escolher 5.568 prefeitos e cerca de 58 mil vereadores em todo o país. Somente o Distrito Federal e a ilha de Fernando de Noronha não têm eleições. A ministra Carmen Lúcia comandará o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante a eleição, cujo primeiro turno está marcado para acontecer no dia 6 de outubro. Já o segundo turno, se necessário, ocorrerá no dia 27 de outubro.

De acordo com dados do TSE, na última eleição municipal, em 2020, o MDB foi o partido com maior número de prefeitos, com 797 eleitos. Mesmo com o triunfo, elegeu 247 a menos do que em 2016, quando conseguiu emplacar 1.044 dirigentes municipais. Em segundo, aparece o PP com 701 prefeitos, seguido pelo PSD, com 662 - ambos tiveram crescimento em relação ao pleito anterior, quando elegeram 206 e 123, respectivamente. 

Como o MDB, o PSDB foi outro partido que também perdeu prefeituras se comparado a 2016. A legenda tucana aparece em quarto lugar em 2020, com o comando de 531 prefeituras, 268 a menos em relação ao pleito anterior. O extinto DEM, do ex-prefeito ACM Neto (BA), aparece no ranking em quinto lugar, com 475 prefeituras, 207 a mais que em 2016. 

Já o PL de Bolsonaro aparece em sexto com 349 prefeitos, 52 a mais em relação a 2016, quando elegeu 297 chefes municipais. Em seguida, PDT do ex-presidenciável Ciro Gomes com 318, PSB da deputada federal Lídice da Mata (BA) com 258, PTB de Roberto Jefferson com 217 e Republicanos do deputado federal Márcio Marinho (BA) com 216. Este último, foi o único que saiu maior em 2020, já que em 2016 havia eleito apenas 111 prefeitos. Já PDT, PSB e PTB tiveram uma queda se comparado a 2016, com 16, 149 e 39 a menos de prefeitos respectivamente. 

O PT do presidente Lula e do governador Jerônimo Rodrigues (BA) aponta apenas em 11º lugar no ranking. Em 2016, já havia encolhido, com a eleição de apenas 254 prefeitos ante 638 em 2012. Com impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Lula preso e vários correligionários enfrentando o escândalo da operação Lava Jato, o partido conseguiu eleger somente 183 prefeitos, 71 a menos que em 2016. 

Com a eleição do presidente Lula, que está em seu terceiro mandato, e a inegibilidade de Bolsonaro, os partidos correm contra o tempo na costura de alianças para emplacar o maior número de chefes municipais em 2024. No entanto, as eleições municipais têm várias particularidades e cenários locais que vão além de fisiologia partidária. Tanto que a Executiva Nacional do PT aprovou uma resolução, em agosto, que abre brechas para possíveis alianças pontuais com o PL, dirigido por Valdemar Costa Neto.

Assim como o partido de Lula não descarta dobradinha com a legenda adversária, o partido de Bolsonaro avalia cenários municipais no próximo ano com articulações no Rio de Janeiro, Ceará e Maranhão. A Bahia também não foi descartada, embora o presidente estadual do PL, o ex-ministro da Cidadania João Roma, já teria declarado que a legenda poderá marchar ao lado do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), que deve tentar à reeleição em 2024. Além disso, o candidato escolhido pelo grupo Jerônimo não foi um petista e sim o vice-governador Geraldo Jr, do MDB.

 

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