Silvio Almeida nega acusações de assédio após depoimento de suposta vítima à Polícia Federal
Ex-ministro dos Direitos Humanos teve sua demissão após denúncias reveladas; Anielle Franco elogia decisão do governo
A Polícia Federal (PF) ouviu, nesta terça-feira (10), uma mulher que afirma ter sido vítima de assédio sexual pelo ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida. Ele foi demitido do cargo após denúncias de assédio feitas à ONG Me Too Brasil virem a público, entre as quais estaria a da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Almeida continua negando todas as acusações.
Esse depoimento integra a investigação conduzida pela PF, que será encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (11). O envio do caso ao STF antes mesmo da formalização do inquérito visa evitar questionamentos sobre a legitimidade da investigação, garantindo que o processo seja conduzido de forma irrefutável.
Revelação do caso e impacto no governo
As acusações contra Almeida foram reveladas pelo site Metrópoles no dia 5 de setembro. Segundo a ONG Me Too Brasil, as denúncias vieram de pessoas ligadas ao governo. O Estadão apurou que membros do governo já sabiam, há pelo menos três meses, sobre relatos de assédio envolvendo Almeida e Anielle Franco. No entanto, a ministra não formalizou a denúncia por temer prejudicar o governo.
Logo após a divulgação do caso, Silvio Almeida utilizou suas redes sociais para negar as acusações e alegar que era alvo de denúncias sem provas. Ele ainda pediu à Justiça que a organização responsável pelas denúncias prestasse esclarecimentos.
“Em razão da minha luta e dos compromissos que permeiam minha trajetória, declaro que incentivarei indistintamente a realização de criteriosas investigações. (…) Sou o maior interessado em provar a minha inocência. Que os fatos sejam postos para que eu possa me defender dentro do processo legal”, afirmou o ex-ministro em nota.
Como já havia sido noticiado, a permanência de Almeida no governo se tornou insustentável. Ministros como Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Vinícius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) tentavam convencê-lo a renunciar ao cargo. No entanto, Almeida resistiu em pedir demissão, alegando que isso poderia ser interpretado como uma confissão de culpa.
Na sexta-feira, 6, em uma reunião com o presidente Lula, Almeida teve mais uma oportunidade de entregar sua carta de demissão, mas se recusou novamente. Após ser exonerado, Almeida afirmou que solicitou ao presidente que o demitisse “a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário”.
Repercussão da demissão
Após a demissão de Silvio Almeida, a ministra Anielle Franco usou suas redes sociais para elogiar a decisão do governo e criticar aqueles que relativizam casos de violência.
Almeida é o quarto ministro a deixar o governo Lula desde o início do mandato. Ele e Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), foram demitidos após denúncias amplamente divulgadas pela imprensa. Para substituir Almeida na pasta de Direitos Humanos, o governo nomeou a deputada estadual Macaé Evaristo (PT-MG).
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