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Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, é o quarto ministro a cair no governo Lula; relembre

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Outras mudanças na Esplanada dos Ministérios foram feitas em resposta à pressão política

A demissão de Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, nesta sexta-feira (6), após acusações de supostos casos de assédio sexual, marca a quarta queda de um ministro no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Tanto Almeida quanto Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), foram afastados após denúncias. Já os outros dois ministros que deixaram o governo foram removidos como parte de acordos políticos entre Lula e partidos do Centrão.

Em abril do ano passado, quando o governo Lula completava cem dias, Gonçalves Dias foi exonerado após a divulgação de gravações do Palácio do Planalto que o mostravam agindo de forma passiva durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, que resultaram na depredação do patrimônio público.

Outras mudanças na Esplanada dos Ministérios foram feitas em resposta à pressão política. No Ministério do Turismo, Daniela Carneiro foi substituída em julho de 2023 pelo deputado Celso Sabino (União-PA), enquanto, em setembro, Ana Moser foi removida do Ministério dos Esportes para dar lugar ao deputado André Fufuca (PP-MA), em um movimento para atrair o apoio do Centrão.

Na quinta-feira (5), a ONG Me Too Brasil divulgou que Silvio Almeida foi acusado de assédio sexual por ex-funcionárias do ministério. A organização, que oferece suporte a mulheres vítimas de abuso, não divulgou os nomes das denunciantes, alegando a necessidade de protegê-las, mas afirmou ter o consentimento das vítimas para tornar o caso público. De acordo com o portal Metrópoles, uma das vítimas seria Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial.

Em resposta às acusações, Silvio Almeida emitiu uma nota oficial em que negou as alegações e destacou a importância de provas materiais para sustentar qualquer denúncia. Ele expressou seu repúdio às acusações, afirmando: “Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. […] Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar”.

Silvio Almeida e Gonçalves Dias não foram os únicos ministros a enfrentarem denúncias no governo Lula. O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, foi investigado por um suposto esquema de desvio de verbas federais na Codevasf. Mesmo após ser indiciado pela Polícia Federal por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, Juscelino foi mantido no cargo, com Lula argumentando que ele tinha o direito de “provar que é inocente”.

Além das exonerações, três ministros do governo Lula mudaram de pasta para outras funções. Márcio França saiu do Ministério de Portos e Aeroportos para assumir o Ministério do Empreendedorismo; Flávio Dino foi indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), deixando o Ministério da Justiça; e Paulo Pimenta, ex-secretário de Comunicação Social, foi nomeado para chefiar a Secretaria de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul.

Exonerações no governo Lula:

Abril de 2023 – Gonçalves Dias deixou o GSI após ser filmado em uma postura passiva durante a invasão ao Palácio do Planalto em 8 de janeiro.

Julho de 2023 – Daniela Carneiro foi substituída por Celso Sabino no Ministério do Turismo, em um gesto de Lula ao Centrão.

Setembro de 2023 – Ana Moser foi exonerada do Ministério dos Esportes para acomodar o deputado André Fufuca (PP-MA).

Setembro de 2024 – Silvio Almeida foi demitido após denúncias de assédio sexual.

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